Com
a presença do pároco rev. Pedro Simões, celebrou-se há dias o Domingo de Ramos,
com o qual se inicia a semana santa, também chamada semana maior, por ser a
mais importante para os crentes.
Sem
me querer repetir, socorro-me do que escrevi numa outra ocasião (http//upfc-colmeal-gois.blogspot.com,
29 março de 2010; Jornal de Arganil,
1 Abril de 2010) para dizer que, na liturgia católica, o Domingo de Ramos
celebra, primeiro a entrada triunfal de Cristo em Jerusalém, depois a sua paixão
e morte para que, na Páscoa passagem próxima, se possa celebrar a ressurreição,
e a ela ter acesso”. Os ramos que os fiéis trazem para a missa evocam as
vestes, palmas e outras folhagens com que a multidão atapetou o chão e aclamou Cristo,
gritando “Rei dos Judeus” e “Hosana, ao filho de David! Bendito seja o que vem
em nome do Senhor. Hosana nas alturas!”
Relembre-se,
a propósito, a estranheza, que o sacerdote assinalou, de Jesus ter sido
condenado à morte na cruz precisamente pelos mesmos que, pouco antes, o tinham
aclamado e proclamado rei. Talvez porque Ele se revelou divino e humilde rei do
amor, da compaixão, da verdade, da justiça e do perdão. Realmente, dá que
pensar!
Como
habitualmente, a bênção dos ramos teve lugar junto ao centro de cultura e
convívio, onde, em tempos, existiu uma capela devotada a S. Nicolau. Os
participantes seriam em número ligeiramente inferior ao de anos anteriores, mas
ainda assim bastantes e provenientes de diversas localidades da ex freguesia do
Colmeal, o que traduz a comunidade que somos.
Este
ano, pareceu-me terem regressado os grandes ramos, especialmente de loureiro. Uma
abundância inesperada, devido às perdas de outubro passado, que permitiu a
partilha com quem não tinha conseguido encontrar as três plantas. Na zona, os
ramos costumam ser de loureiro, alecrim e oliveira. Sendo benzidos, levam-se para casa como testemunho da união na fé em
Cristo e proteção contra os malefícios da vida e da natureza. Bem precisamos!
Na
procissão a caminho da igreja, com o jovem padre Pedro a andar muito depressa,
como me dizia uma senhora já arfante, ouviam-se as vozes poderosas das nossas
cantadeiras, e eu pensava no privilégio de podermos contar com elas! Continuo a
ouvir o refrão: “Hosana, Tu reinarás, na cruz tu nos salvarás”!
Na
missa, uma vez mais, ocorreu a leitura dramatizada do evangelho, dizendo o
celebrante as falas de Jesus, a Catarina, as do narrador e o Tiago, as dos
restantes intervenientes no julgamento e condenação à morte de Jesus. Se bem
entendi e nas minhas palavras, fomos convidados a refletir sobre a nossa
própria paixão, isto é, sobre as nossas fraquezas, desvios e incompletudes,
para que os possamos superar, e ressuscitar com Cristo, na Páscoa.
A
esperança, a renovação e o futuro estiveram presentes, nomeadamente através dos
mais jovens. Ternurento, muito o Rodriguinho acarinhou os seus papás. Lindos!
“Ana,
Badana, Rabeca,
Susana, Lázaro, Ramos, na Páscoa estamos.”
Lisete de Matos
Açor, Colmeal, 29 de março de
2018