A União Progressiva da Freguesia do
Colmeal foi a S. Tomé e Príncipe, como havia sido noticiado após o regresso de
Cabo Verde, em Julho do ano passado.
Foram dias de autêntico
sonho num dos últimos paraísos existentes ao cimo da terra. A partida de Lisboa
foi no dia 22 de Julho. Na capital, S. Tomé, no agradável espaço do hotel onde jantámos
e num primeiro contacto com a gastronomia local, deixamo-nos contagiar pelos
ritmos com que um conjunto obsequiou o grupo.
As ilhas de S. Tomé e
Príncipe foram descobertas pelos portugueses há mais de cinco séculos. Formadas
pelo movimento da placa africana oitenta milhões de anos antes, estas ilhas de
solo fértil, areia branca e uma temperatura perfeita durante todo o ano, não
são ainda muito conhecidas dos portugueses.
Descobrir a ilha de S.
Tomé começou ao segundo dia. Rumo ao Norte, para visitar as grandes roças onde
se cultivava e produzia o café e o cacau. Roças Agostinho Neto (ex- Roça Rio do
Ouro), Bela Vista, Ponta Figo e Diogo Vaz, com a sua arquitectura colonial e um
traçado caracteristicamente português, onde foi possível fazer uma autêntica
viagem no tempo, e recorrendo à imaginação, reconstituir o dia-a-dia dos muitos
trabalhadores, vindos maioritariamente de Cabo Verde, Angola, Índia, Guiné e de
outros países africanos, para além dos santomenses.
Uma paragem em Anambó, no
local mítico onde João de Santarém e Pêro Escobar, navegadores portugueses, a
mando do rei D. Afonso V, terão desembarcado em 21 de Setembro (dia de S.
Tomé), quando exploravam a costa ocidental africana.
Dedicamos parte do dia
seguinte para “descobrir” a capital, com
o seu casario de marcada influência da arquitectura colonial portuguesa, de um
ou dois sobrados, ao longo da Avenida Marginal, contornando a Baía de Ana
Chaves.
Sabendo que presentes,
em particular os destinados à educação são bem-vindos, o nosso grupo esteve
numa organização não-governamental, onde entregou diverso material escolar e
t-shirts da União Progressiva.
Visitámos os principais
bairros, os seus monumentos e edifícios administrativos, bem como o Museu
Nacional no Forte de São Sebastião, a Igreja Matriz, “ateliers” de artistas São-Tomenses, o colorido, característico e
animado mercado, observando os locais a comprarem e a venderem as suas
mercadorias e onde não ficamos insensíveis aos cheiros e sabores. Visitámos
também a fábrica de chocolate de Claudio Corallo, considerado por muitos
especialistas o melhor chocolate do mundo.
Na
manhã do quarto dia, partimos com destino ao Sul da Ilha, até Ponta Delgada,
para embarque na lancha que nos conduziria ao paradisíaco Ilhéu das Rolas.
Ilhéu famoso, por ser o palco da linha física que assinala o grau zero da
latitude do planeta. Aqui se encontra um marco físico e o traçado onde os
hemisférios Norte e Sul se unem, para além de um marco afundado para que os
mergulhadores o possam também assinalar. Nesta estada foi possível, em
caminhadas guiadas, ficar a conhecer todas as belezas em que o ilhéu é fértil,
desde a sua floresta secular e praticamente intocada, os cantos e recantos proporcionados
pela lava negra que formou grutas misteriosas que, com a rebentação expelem
água, ou maravilhar-se nas suas águas límpidas e transparentes nas inúmeras
enseadas banhadas pelo mar azul-turquesa.
UPFC
Fotos
A. Domingos Santos
2 comentários:
Mais uma vez a Associação do Colmeal está de parabéns pela realização deste passeio (férias) a S. Tomé e Príncipe, foram dias bem passados, bem comidos e de grande relaxe.
Ficamos todos a conhecer a história das ilhas e das roças. O cacau, o café a variedade das frutas tropicais, as suas gentes, de várias regiões das ex-colónias, nomeadamente de Cabo Verde e Angola.
Valeu a pena fazer esta viagem na companhia de tantos amigos(a).
Bem Haja ao Colm3eal e à sua reedição na pessoa do seu Presidente.
Manuel Lemos
Associado
Obrigada pela partilha. Sendo assim, realmente um paraíso, tanto mais merecido quanto abundam as razões para nos sentirmos num qualquer purgatório ou, mesmo, inferno! A reportagem inclui fotografias lindíssimas e comoventemente sedutoras. Parabéns também por elas. Adorei o sorriso genuíno e rasgado das crianças.
Lisete de Matos
Açor, Colmeal.
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