Saiu recentemente o nº 28 de ARGANILIA, a
revista cultural da Beira Serra, um projecto idealizado pelo Prof. João Alves
das Neves que dedicou quase toda a sua vida à cultura, nomeadamente à lusofonia,
com particular destaque para as relações Luso-Brasileiras, cultura e identidade
da Beira Serra e a Fernando Pessoa, tendo
fundado o Centro de Estudos com o nome do escritor, a que também presidiu.
Entre os muitos livros de sua autoria, cerca de trinta, realçamos
"Dicionários de Autores da Beira-Serra", a que neste espaço nos
referimos em 29 de Novembro de 2008.
Nuno Mata que após o desaparecimento físico do Prof. João Alves das Neves
em 12 de Janeiro de 2012 assumiu a continuidade da revista, tem conseguido ao
longo dos últimos números que dirigiu, a imprescindível e fundamental
colaboração de pessoas da Beira Serra, a ela ligadas ou mesmo sem qualquer
ligação, mas que viram na revista a possibilidade de deixar aos vindouros as
suas pesquisas, opiniões e trabalhos culturais e intelectuais.
Este número de 2015 da revista tem como tema de capa o Reverendo Padre
Januário Lourenço (Vila Cova de Alva, Barril de Alva e Anceriz) e, nomeadamente,
a sua contribuição cultural para a Beira Serra através do jornal que
editou, Ecos do Alva.
Das várias contribuições dadas a este número de Arganilia salientamos a
da Dr.ª Lisete de Matos, natural do Açor onde vive, nossa associada e
colaboradora regular neste espaço de divulgação da União Progressiva da
Freguesia do Colmeal.
Lisete de Matos deleita-nos com a sua escrita em mais de um terço da
revista, revista que mudou muito, se comparada com os seus números de há anos.
“André de Almeida Freire, do Homem e do Sacerdote”, é o título deste seu
trabalho, que, segundo a autora, “constitui
uma primeira aproximação ao registo da memória do padre André de Almeida
Freire, uma personalidade incontornável da vida da serra, entre 1930 e 1960 do
século passado”.
“Figura hoje simultaneamente real e
mítica, revisitando-a, revisitamos também a população, os modos de vida e a
história de uma época que veio a revelar-se decisiva para a configuração social
do presente e, provavelmente, também do futuro”
No livro de João Barreto Nogueira Ramos “GÓIS EM REDOR DE 12 PESSOAS [1114-2014] ”, Lisete de Matos fora em Abril de 2014 responsável por um dos capítulos que titulou de “André de Almeida Freire (1901-1962) O Peregrino da Serra” e que aqui demos notícia no mês seguinte.
Este seu recente trabalho agora publicado na revista Arganilia levou a
autora “ a aprofundar a vertente
biográfica, em detrimento da histórico-social, que predominava” tendo para
isso recolhido informação e depoimentos que enriquecem a versão inicial.
Como se pode ler na página 72 “O
trabalho é constituído por três partes indissociáveis: uma primeira relativa ao
território onde o padre André nasceu e exerceu o sacerdócio; uma segunda de
índole biográfica e factual; e uma terceira, essencial, de caracterização
pessoal e sociopastoral, com base em testemunhos atuais e retirados da imprensa
regional da época.”
Bem-haja Dr.ª Lisete de Matos por este trabalho que lemos de um fôlego,
pelo enorme interesse que desperta, sobre “O
Padre André, espadaúdo, simples, alegre… que aos seus filhos serranos, mirrados
de trabalho, distribuía conforto e esperança” como se lhe referiu Urbano
Duarte, cónego e amigo, no Correio de Coimbra.
A revista pode ser adquirida no Clube de Vídeo em Coja, ou, por correio
electrónico para euskadi@gmail.com ou revistaarganilia@gmail.com (€13,80 com
os portes de correio já incluídos).
A. Domingos Santos
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