23 janeiro 2016

U. P. F. COLMEAL - QUOTIZAÇÃO



A enorme dispersão geográfica da residência dos nossos sócios torna cada vez mais difícil a tradicional cobrança personalizada da quotização. Por outro lado, as novas tecnologias vêm permitir-nos facilmente ultrapassar, sem custos adicionais e com maior conforto e rapidez, essa aparente dificuldade.

Longe vão os tempos em que os filhos das nossas aldeias que em Lisboa procuravam melhores proventos se concentravam em núcleos nos bairros mais modestos, como o da Mouraria, do Castelo, de Alfama ou do Bairro Alto. Havia uma maior facilidade nos contactos pessoais. Por essa altura a quota era mensal. Um pequeno quadrado com o símbolo ou logótipo da União. Recordamos com muita saudade Francisco Luís que durante muitos anos desempenhou essa difícil missão. Depois, a quota passou a ser trimestral, o que veio facilitar de certo modo a tarefa. Mais tarde passou a semestral e de há anos a esta parte, a quota anual.

Joaquim Luís Pinto seguindo as pisadas do seu pai Francisco Luís tem assegurado a cobrança nestas últimas décadas. Um desempenho notável, que nem sempre é fácil pelas distâncias a percorrer ou pelos sobressaltos que os anos vividos por vezes nos causam. Tem sido um exemplo de enorme generosidade ao não apresentar quaisquer encargos para a nossa colectividade. Vamos continuar a contar com ele mas vamos também tentar ajudá-lo contando com a compreensão de todos os nossos associados.

A Direcção da União Progressiva da Freguesia do Colmeal tem vindo a sugerir e alguns sócios solicitam-nos mesmo, a utilização das novas tecnologias.
Transferências efectuadas por Multibanco (sem custo para o utilizador) ou via Internet já representaram 37,4% do valor da quotização no ano passado.

Nos próximos dias iremos começar a enviar cartas com as quotas deste ano. É natural que em alguns associados surja a surpresa, mas, estamos convictos, de que teremos a colaboração e a melhor compreensão para as dificuldades actuais de uma cobrança personalizada. A nossa Delegação no Colmeal e todos os demais dirigentes da União privilegiarão, sempre que possível, o contacto directo com os seus associados.

A Direcção

Foi há três anos


O tempo passa veloz sem nos darmos conta. Fez precisamente ontem três anos que em Góis, no Posto de Turismo, estivemos na inauguração da exposição PEQUENAS MINIATURAS GRANDES MEMÓRIAS. Partilhamos do nervosismo do autor naquela mostra dos seus trabalhos e também da sua felicidade por aquele momento.




Lisete de Matos tinha conseguido quebrar a sua resistência e humildade ao permitir exibir publicamente as suas obras e no folheto desdobrável assim terminava
Parabéns Artur! Com as suas miniaturas revisitei a infância distante, com elas pensei que saberemos resistir e persistir na senda do futuro. Parabéns também à freguesia do Colmeal, por tantos dotados e devotados filhos, artistas, artesãos e artífices dos mais diversos ramos de actividade.”

A. Domingos Santos


07 janeiro 2016

LUA CHEIA, CHEIOS E VAZIOS NA TERRA


Esteve lua cheia no Natal. Do sítio de onde a observava ao anoitecer, parecia-me emergir de Fajão, onde teria andado de rua em rua, a saborear o convívio das pessoas e o encanto do casario renovado. Áh, e a deleitar-se com a arte de Monsenhor Nunes Pereira e a ironia de “Os Contos de Fajão”! Por isso vinha tão bojuda, radiosa e radiante!



Apesar das tentativas em dias com e sem nuvens, por defeito da máquina ou meu, não consegui captar esse contentamento. Tão pouco o homem carregado de silvas, que foi lá parar como castigo por andar a roçá-las ao Domingo! As coisas que se viam na nossa cultura rural, de medo, culpa e castigo! Noutra qualquer, as montanhas e crateras da lua lembrariam cenas felizes, como a Natividade, o que seria bem mais adequado à época natalícia que se vivia.



Independentemente destas visões, o facto é que a lua passava todos os dias, de oriente para ocidente, mágica e calorosa, a desejar Boas Festas. Como lhe compete nessa fase de luminosidade e feitiço. Todavia, sem bruxas, lobisomens e afins!


Reencontrei-a um dia de manhã, quando eu própria me deslocava para poente e do interior para o litoral. Acompanhava-me, desafiante, sempre uns quilómetros à frente, qual estrela de Belém adiante dos Reis Magos. Continuava sedutora, mas agora algo triste e apagada.



Não, não era por temer a perda de protagonismo, consequência da luz do dia e da fase minguante prenúncio de morte, que se avizinhavam. Ao contrário de alguns, lidava bem com essa inevitabilidade! Era por causa do que vira pelo caminho, deixando o luar indiscreto penetrar curioso na intimidade dos lugares e dos lares, das pessoas e dos corações.


Falar do global que avistava, circulando devagar à volta da terra e com ela à volta do sol? Nem pensar! Seria demasiado extenso e penoso. Falaria apenas do local mais próximo e com grande parcimónia. Regiões desenvolvidas e à espera de desenvolvimento. Populações com e sem as necessidades básicas resolvidas. Territórios e paisagens, uns tratados e fruídos, outros deprimidos e desaproveitados. Florestas ora pujantes, ora ardidas e desordenadas. Terrenos pobres cultivados e ricos incultos. Estradas novas vazias e velhas em uso. Terras, umas preservadas e buliçosas de vida, outras em ruínas e despovoadas. Comunidades, famílias e casais avindos e desavindos. Presépios simples ao frio e árvores de Natal triunfantes à lareira. Presépios animados e desanimados, pais natais a trepar pelas janelas. Cantadores de janeiras solícitos, pessoas ausentes para ouvi-las. Crianças e idosos protegidos e acarinhados, crianças e idosos desprotegidos e destratados. Pessoas compassivas, solidárias e generosas, tantas pessoas carentes de compaixão, solidariedade e generosidade. Pessoas tão sós ainda que acompanhadas. Gente feliz e infeliz; com tudo e sem nada; autónoma e dependente; livre e cativa.


Deixei de a ver amortecida, ainda a magicar sisuda sobre as desigualdades que separam as regiões, as terras e as pessoas.

Lisete de Matos
Açor, Colmeal, 4 de janeiro de 2015

UNIÃO DAS FREGUESIAS DE CADAFAZ E COLMEAL




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