28 outubro 2013

Onde nos leva o voo do Papa-figos



Sou reconhecido como um viajante que escolhe bons destinos.
Vou guiar-te por um destino de montanhas e pessoas.

As montanhas oferecem as pedras que fazem parte da identidade do território.
Com as pedras se fez a sua História, mas com elas se faz um projecto de futuro.
Aldeias que estavam em ruína, a desaparecer, originaram um destino turístico premiado.
É algo único e notável, por ter surgido num dos territórios mais desfavorecidos do interior do país.
As pessoas dão-nos os afectos. A matéria-prima do bom acolhimento.
Com simpatia. Com conforto. Com bom gosto. Com sabores. Com um desafio.
Descobrir as Aldeias do Xisto é dar e receber uma palavra de cumprimento dos seus habitantes. Se deres mais umas quantas de conversa, receberás em troca uma história de vida.
É um destino com alma.

Vais estar no Centro de Portugal.
Num mar de montanhas, com montanhas de água.
As águas correm límpidas e a rede das praias fluviais compete com as praias do litoral.
Vamos dispor de muitos quilómetros de percursos para a descoberta e a aventura.
Aqui, onde em tempos a natureza escondeu algumas das suas relíquias, que agora ressurgem vários recantos.
Tena na mão a chave para entrar e descobrir este destino.

_Papa-figos

O Papa-figos (Oriolus oriolus) é uma ave migradora que, todos os anos, viaja desde a parte sul do continente africano para norte, com destino a sossegados bosques de folhosas caducifólias intercalados com campos agrícolas onde, entre dois ramos de uma árvore de grande porte, constrói o seu ninho. Em Portugal prefere, como destino, os territórios do interior. Chegando no início da Primavera, pelos finais de Agosto viaja de regresso à África tropical, sempre pensando em voltar ao seu destino.

Assim se inicia o livro Aldeias do Xisto – A descoberta começa aqui, recentemente publicado (Fevereiro de 2013) numa edição de Foge comigo! Lda e da ADXTUR – Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto.

Trata-se de uma rede de 27 aldeias dispersas por 16 municípios, bem no centro e no interior do país, fruto de um projecto turístico e de preservação de um património natural e cultural riquíssimo, iniciado há mais de dez anos. Aldeias requalificadas, algumas das quais com menos de dez habitantes. Costumes e tradições respeitados. Gastronomia autêntica onde pontifica o cabrito assado, a chanfana, o maranho e a tigelada. Bosques e florestas nas serras do Açor e da Lousã. Uma fauna e uma flora que capta a atenção, não só dos especialistas como dos vulgares visitantes, onde se destaca o narciso, o medronheiro, o azereiro, a trepadeira-dos-muros e as lontras que escolhem as águas límpidas dos rios Ceira e Alva. De registar a maior concentração de praias fluviais existente no país, mais de cinquenta.

As aldeias encontram-se ligadas por belíssimos percursos pedestres e trilhos de BTT, mas também se podem aceder por quem viajar de automóvel. Os mais radicais podem fazer canoagem, rafting e até pára-quedismo. Quem dispuser de mais tempo, poderá descansar nos vários alojamentos à disposição, conhecer o dia-a-dia das aldeias e deliciar-se com a rica gastronomia, fruto de séculos de saber e de bom gosto, que não deverá perder, nos inúmeros e bons restaurantes que encontrará no seu caminho.

Um livro que aconselhamos vivamente. Muito em breve estará á sua disposição na Biblioteca da União, no Colmeal.

A. Domingos Santos


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