28 março 2012

António Alcindo de Almeida



António Alcindo de Almeida, filho de Manuel de Almeida e de Felicidade de Jesus Braz, nasceu no Loural (Colmeal – Góis), em 21 de Julho de 1944.

Por proposta de António dos Santos Almeida (Fontes) em 31 de Outubro de 1963 foi admitido como sócio na União Progressiva da Freguesia do Colmeal tendo vindo a desempenhar o cargo de Vogal da Direcção entre 21 de Março de 1971 e 26 de Janeiro de 1975.
Após alguns anos sem qualquer função atribuída voltou como Tesoureiro em 31 de Março de 1984, cargo que desempenhou até 26 de Março de 1994, data em que assumiu a presidência do Conselho Fiscal. Em 4 de Outubro de 1997 reassume o cargo de Tesoureiro que mantém até 26 de Junho de 2003.

Desenvolveu a sua vida profissional na actividade seguradora, não descurando outras oportunidades complementares que lhe surgissem.
No campo associativo e regionalista foi também fundador e dirigente da Liga dos Amigos de Aldeia Velha e Casais. Era membro da Comissão da Fábrica da Igreja Paroquial do Colmeal e desde há vários mandatos que desempenhava o cargo de Tesoureiro na Junta de Freguesia do Colmeal.
Aproveitava o pouco tempo disponível para se dedicar à família e à apicultura.

A notícia do seu falecimento a todos nos deixou incrédulos. Cedo demais partiu do nosso convívio. Vamos despedir-nos dele na próxima sexta-feira, no Colmeal.
À família enlutada apresentamos as nossas mais sentidas condolências.

Foto de arquivo da UPFC
Memorial da UPFC

26 março 2012

Junta de Freguesia do Colmeal - Convite



Junta de Freguesia do Colmeal

CONVITE

A ANAFRE - Associação Nacional de Freguesias vai promover no próximo dia 31 de Março, em Lisboa, uma Manifestação de cariz cultural, etnográfica, demonstrativa das raizes, de força e de afirmação das potencialidades das Freguesias. Esta Manifestação tem como objectivo a afirmação da oposição à extinção e agregação de Freguesias, conforme o previsto na Proposta de lei nº. 44/XII, sobre a Reorganização Administrativa Territorial Autárquica.
É do nosso interesse defender a Freguesia do Colmeal, para tal devemos participar na mencionada Manifestação.
É entendimento desta autarquia que é de elevada importância que haja uma forte representação das instituições da freguesia bem como da população.
Assim, convidamos as Colectividades a participarem bem como fazerem-se acompanhar das suas bandeiras ou estandartes.
Orgulhosamente a nossa Freguesia está na linha da frente na oposição à sua extinção ou agregação.
Contamos desde já com o autocarro da Câmara Municipal de Góis para efectivar o transporte entre Góis e Lisboa, e contamos desde já com a presença do Rancho Folclórico Serra do Ceira.
No dia encontramo-nos junto ao pavilhão Carlos lopes, localizado no Parque Eduardo VII, pelas 13 horas e 15 minutos, para iniciarmos, em conjunto, a Manifestação.

A Junta de Freguesia do Colmeal,

(Carlos da Conceição de Jesus, Presidente)

SILÊNCIO


Há tanta coisa desfeita,
Onde o silêncio se deita.
Quanta tristeza há em mim,
Quando o silêncio se levanta,
Por não poder dar um fim,
Ao silêncio que às vezes canta.

Tanto que ele diz calado,
Quieto e em todo o lado,
Não tem pressa e vai deixando,
Todas as marcas que ostenta,
Onde sinais vão gizando,
Os valores em que assenta.

Austera força que tens,
No mundo tantos reféns,
Nunca te dás por vencida,
Silêncio que magoando,
Transcende em noites da vida,
A altas vozes gritando.

Felisbela Fontes
in “Poiesis” Volume XX – Editorial Minerva, Novembro 2011, pág.88

ADIBER convida



A União Progressiva da Freguesia do Colmeal recebeu da ADIBER a carta que a seguir se transcreve e que pelo interesse do assunto nela contido leva ao seu conhecimento, convidando-o também a participar nesta reunião.

“A ADIBER – Associação de Desenvolvimento Integrada da Beira Serra, é a Entidade Coordenadora Local no Concelho de Góis do “ Projecto Consolidar Laços, Disseminar Solidariedade”, aprovado no âmbito dos Contratos Locais de Desenvolvimento Social, o qual inclui no seu Plano de Acção um conjunto de acções a implementar com a finalidade de melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, promover a sua inclusão social, numa intervenção multi-sectorial e integrada, através de acções a executar em parceria e que contribuam para combater a pobreza e exclusão social, permitindo fomentar dinâmicas e mobilização local.

Este Projecto prevê a realização de actividades ligadas ao Associativismo Activo, um novo paradigma com objectivos mais adequados à realidade actual e que promovam uma nova abordagem do Movimento Regionalista no processo do desenvolvimento do Concelho de Góis, enquadrando-se nestas iniciativas a realização do “Congresso Regionalista Goiense”, previsto para o próximo dia 10 de Junho, em Góis.

Neste sentido, irá decorrer uma reunião de trabalho no próximo dia 31 de Março, pelas 17 horas na sede da Casa do Concelho de Góis, em Lisboa, com o objectivo de reflectir, recolher sugestões e contributos para a organização desta iniciativa, bem como para debater outros assuntos de interesse para o Concelho, no âmbito do referido Projecto.

Face ao exposto, a ADIBER tem a honra de convidar V. Ex.ª e outros membros da Instituição que representa a participar na referida reunião, partilhando a vossa opinião sobre as temáticas em discussão.

Com os melhores cumprimentos,

Eduardo Miguel Duarte Ventura, Dr.”

15 março 2012

Tunas enchem Casa do Concelho de Góis





A Comissão de Juventude da União Progressiva da Freguesia do Colmeal foi a grande responsável pelo assinalável êxito verificado no passado domingo, dia 11de Março, com o Encontro de Tunas Académicas que encheu por completo o salão da Casa do Concelho de Góis.










Durante mais de duas horas a Tuna Académica da Faculdade de Arquitectura de Lisboa e a Tuna da Faculdade de Veterinária de Lisboa, com a sua alegria e boa disposição, contagiaram toda a assistência que se lhes associou, daí resultando uma tarde extremamente agradável.


Antes da actuação das Tunas foi feita uma projecção que revelou/recordou jovens de várias gerações, o que veio provocar inúmeras exclamações de surpresa e quem sabe, se de saudades de outros tempos, pois os anos não perdoam.



No final, Mariana Brás, da Comissão de Juventude e da Tuna de Arquitectura, entregou placas alusivas do Encontro aos dois agrupamentos.


António Santos, presidente da União Progressiva, felicitou as Tunas Académicas pelo excelente espectáculo, a Comissão de Juventude pelo trabalho desenvolvido, agradeceu a presença de todos e a colaboração voluntária dada para este sucesso.


José Dias Santos, presidente da Casa do Concelho de Góis, era também um dirigente feliz por ver a sua/nossa Casa tão cheia de Colmealenses e ofereceu peças comemorativas dos 50 anos da casa concelhia e o livro “memórias e esperanças”, uma autêntica Bíblia do Regionalismo, às duas Tunas.


A Dr.ª Maria de Lurdes Castanheira, presidente da Câmara Municipal de Góis, que nos honrou com a sua presença, manifestou ser uma grande fã de Tunas e convidou Arquitectura e Veterinária para visitarem o concelho de Góis, convite que foi recebido e saudado com grande entusiasmo.





Pedro Martins, Albano Silva e Gonçalo Gil foram os felizes contemplados no sorteio de três garrafas de Licor Beirão, que muito simpaticamente ofereceram à Comissão de Juventude e às duas Tunas.



O lanche que se seguiu serviu para prolongar um pouco mais este convívio.
E mais uma vez o nosso sincero muito obrigado por ter aceitado o nosso convite.

UPFC
Fotos de Francisco Silva e A. Domingos Santos

13 março 2012

A Primavera aproxima-se




Depois de um Inverno, dos mais secos de que há memória nos últimos oitenta anos, os alvores da Primavera começam a notar-se. O bonito e límpido céu azul prenuncia mais uns dias sem chuva.

Fotos de A. Domingos Santos

08 março 2012

Dia Internacional da Mulher, 8 de Março



Para os que estão convencidos que há dias que preferiam não nos ter por perto, que de vez em quando gostavam de nos trancar na dispensa, assim como fazer umas fériazinhas sem Estrogénio à vista, cá vai um pouco de História para perceberem o quanto a Mulher é, e sempre foi, indispensável!

Há muito muito tempo...

Na Pré-História, quando o ser humano ainda vivia em cavernas e se vestia com peles de animais, já a Mulher tinha uma posição destacada pela sua condição habilidosa de procriar, “dar à luz”. A magia associada à Fertilidade conferiu às mulheres deste tempo uma existência “sagrada”, tendo sido adoradas e cultuadas como verdadeiras divindades. A mulher mais fértil da comunidade (e também a mais gordinha!) era sempre cobiçada por vários homens, havendo muitas vezes disputas entre eles com o objectivo de escolher o que estivesse à altura de tal “donzela”. Outro factor curioso, mas não menos importante, é que, de facto, eram os homens que caçavam, mas quem tratava das peles e dos adereços eram as mulheres. Ora quer isto dizer que, se não fossemos nós, na altura os homens passariam frio porque não se vestiriam em condições e andariam pouco charmosos porque não teriam paciência para se enfeitar. Não houve muitas mudanças até hoje, não é verdade?

No Egipto, no tempo dos grandes Faraós, a Mulher detinha uma posição especial quando comparada com a Mulher de outras civilizações contemporâneas. O papel por si desempenhado nas sociedades colocava a Babilónia, a Assíria, Israel ou mesmo a Grécia à retaguarda no que respeitava a questões de igualdade e possibilidade de realização da mulher. Na verdade, não podemos falar de uma sociedade matriarcal, nem mesmo de uma intencional emancipação da mulher, pois nunca houve necessidade de o proclamar. Vivia-se numa realidade em que Homem e Mulher fariam parte do mesmo “conjunto”, sendo a igualdade entre os sexos um direito natural. No dia-a-dia, para além da função indispensável de procriar, a mulher egípcia teve em si delegadas outras tantas funções, a tecelagem (mais uma vez a questão da roupinha!), a preparação da farinha e da massa de pão (muito importante!) e até, quando necessário, a gestão de parte do património familiar (autênticas empresárias domésticas!). Na realidade, a mulher egípcia continua registada no Imaginário de todos nós como mulher bonita, sedutora, dominadora e confiante. Qual seria o homem que não gostaria de ter uma Cleópatra em casa, que tantos corações arrebatou? Ou uma Nefertiti, cuja beleza ainda influencia os padrões estéticos de hoje, com a perduração do “olho egípcio” na moda e na cosmética contemporâneas?

Na Grécia Antiga, no tempo dos grandes legisladores, o papel da mulher estava, geralmente, inferiorizado e desvalorizado, sobretudo graças à Política de Aristóteles e ao modo como a existência do ser feminino era vista. A privação em relação ao saber, à cidadania e à vida política, resumia a sua participação no dia-a-dia a funções ditas básicas e obrigatórias, como o casamento e a procriação, em detrimento de outras características flagrantes, como a beleza e a inteligência. Mas nem tudo era mau, nem terá sido assim em toda a Grécia. Por exemplo, uma das vantagens de se ser mulher na Grécia consistia no facto de estas serem as únicas que, sem serem cidadãs, conferiam a cidadania aos próprios filhos, através da importância da sua linhagem. Outro exemplo de conduta diferente era o das mulheres espartanas, conhecidas na História por terem usufruido de alguma “liberdade” em comparação com as mulheres atenienses. Amantes insaciáveis e sedutoras natas, as Espartanas eram destemidas e, muitas vezes, lutavam, pegavam em armas e até ajudavam os maridos em questões estratégico-políticas. No fundo, eram umas fadas do lar! Não acham?!
Também na mitologia grega encontramos um grande enaltecimento das divindades e dos seres femininos, muitas vezes alvo de grandes adorações, paixões e luxúria, quer de imortais ou mortais. Uma das categorias femininas mais emblemáticas desta mitologia são as Ninfas, conhecidas pela sua delicadeza e beleza, assim como as Amazonas, a épica nação de guerreiras, com um sentido único de lealdade e irmandade.

Na Roma Antiga, no tempo dos grandes imperadores, a mulher, apesar de estar inserida no seio de uma sociedade patriarcal, usufruia de algum estatuto social quando comparada com a mulher grega. Embora o mais importante continuasse a ser a preparação para o matrimónio e para a procriação, existiam outros aspectos que complementavam a vida de uma mulher romana. À medida que Roma foi crescendo, também a sua capacidade de autosuficiência e a sua autonomia foram aumentando. Com as inúmeras e sucessivas batalhas em prol do expansionismo, os maridos viam-se afastados dos lares por muitos anos e as respectivas esposas tornavam-se governantes da sua própria casa, assim como de todos os bens, pessoas que lhe estavam afectas. Com estes pequenos reinos por gerir, a mulher romana encontrou aqui uma forma de ascenção que, muitas vezes, culminava na emancipação definitiva, abandonando o lar e constituindo fortuna e património próprios. Não são abundantes, mas conhecem-se alguns casos de mulheres romanas que criaram e dirigiram negócios lucrativos ou que desempenharam cargos influentes. Esteticamente, a mulher romana foi gradualmente ficando mais sofisticada, sendo possível, a partir de determinada altura, distinguir uma Matrona (cidadã casada) de uma jovem mulher. A toga deu lugar à stola (túnica ou vestido comprido), os tecidos ricos e as jóias eram indispensáveis desde que houvesse condição económica que o permitísse, assim como um tratamento constante dos cabelos fosse a nível de cor, penteado ou decoração. Era um autêntico desfile de tendências e de perucas! O importante era estar na moda. Como vêem o nosso gosto por trapinhos e berloques é bastante legítimo e antigo, a História comprova-o!

Na Idade Média, no tempo das grandes Catedrais, talvez o período histórico mais penoso para a figura feminina, falar da Mulher era literalmente falar do Pecado. Com a popularidade crescente da religião cristã e com a propagação de conceitos como o do Pecado Original (cometido por Eva, uma mulher), nutrir alguma simpatia pelo que quer que fosse do universo feminino era meio caminho andado para o Inferno! A par desta ideia de que a mulher era mais susceptível às tentações do diabo, surgiu também a de que seria uma criatura de natureza mais debilitada, logo a existência sob a tutela masculina era obrigatória. Na realidade, as mulheres da Idade Média só não eram vistas de uma perspectiva “demoníaca” quando desempenhavam um dos seguintes papéis: virgens, mães, esposas ou freiras (de preferência fechadinhas numa torre bem alta!). Mas a Idade Média não foi apenas um tempo de mulheres anónimas, foi também um tempo de grandes Rainhas, de belas donzelas e de grandes exemplos. Entre estes encontramos a história de Joana D’Arc, uma camponesa francesa, dotada de coragem e visões que a levaram a intervir e a lutar pelo destino da França, na Guerra dos Cem Anos, contra os Ingleses. O seu devotismo ao país, as suas visões, a sua lealdade ao meio que a viu crescer, assim como à população camponesa atiraram-na para a fogueira, sob a acusação de bruxaria. A “Caça às Bruxas”, levada a cabo pela Igreja através do tribunal do Santo Ofício e do movimento da Inquisição, foi um dos fenómenos que mais marcou este período histórico. Nós, mulheres, bem sabemos que às vezes conseguimos ser umas “bruxinhas”, mas não era caso para tanto!

Por fim, o Presente, deixo-o para vós... Mas depois de tantas histórias e de tantas mulheres bonitas e incontornáveis, resta-nos uma conclusão.
Somos ou não somos indispensáveis?
Embora os tempos sejam outros e muitos obstáculos tenham sido ultrapassados, a essência da existência feminina permanece a mesma de há milhares de anos atrás: sentir, amar, cuidar, perder, sofrer e pensar.

Depois deste “modesto” e nada convencido apontamento sobre a existência feminina ao longo dos tempos, espero que a primeira coisa que vos ocorra fazer, depois de o lerem, seja abraçar a vossa esposa, namorada, irmã, filha, mãe, avó, prima, tia, madrinha, cunhada, enteada, amiga, aluna, professora, empregada, gata, cadela, piriquita... Porque este dia, meus senhores, é nosso!

Feliz dia da Mulher!

Diana de Almeida Ramos

Piódão



Piódão, a bonita aldeia presépio do concelho de Arganil, que tivemos oportunidade de visitar com os Comandos, quando em Abril passado lhes fomos mostrar a linda e diferente paisagem serrana. Neste postal vemos Piódão com uma roupagem diferente. “Agasalhada” com um espectacular branco manto de neve.

Postal de Serra do Açor

06 março 2012

Dia Internacional da Mulher em Gois


(Clicar para ampliar)

ENCONTRO NACIONAL DE FREGUESIAS



10 de Março de 2012
14h00 - 19h00
Centro de Congressos de Lisboa
(Junqueira)

Como é do conhecimento geral, acaba de chegar à Assembleia da República a Proposta de lei nº 44/XII, sobre a Reorganização Administrativa Territorial Autárquica.

A ANAFRE tinha a expectativa de que a Proposta de lei contemplasse os princípios que sempre defendeu, a auscultação das populações, através da audição dos seus representantes - os Eleitos de Freguesia - e o respeito pela vontade dos cidadãos, livre e localmente manifestada.

A Proposta de Lei nº 44/XII impõe como critério para a agregação de Freguesias a aplicação de percentagens que, no entender da ANAFRE, são inaplicáveis, estabelecendo distinções entre Freguesias urbanas e Freguesias não urbanas e admitindo variações em função do nível dos Municípios.

VOZ ÀS FREGUESIAS!

A HORA É DE AFIRMAÇÃO! O DEBATE PERTENCE A TODOS!
A SUA FREGUESIA PRECISA DE SI. AGORA!
ELAS CONTAM CONSIGO! A ANAFRE TAMBEM!

Saída de Góis pelas 09:30 horas
Junto aos Bombeiros
Contacte previamente a sua Junta de Freguesia.


04 março 2012

ArquitecTUNA visita o Colmeal


A Tuna Académica da Faculdade de Arquitectura de Lisboa, uma das duas Tunas que vão actuar na Casa do Concelho de Góis no dia 11 de Março, esteve no Colmeal no passado fim-de-semana. A Mariana Brás foi a cicerone destes jovens, seus colegas de curso e de Tuna e levou-os à descoberta deste nosso cantinho aninhado lá no fundo da serra do Açor.




Os Colmealenses mostraram uma vez mais que a generosidade e a simpatia beirã não são palavras vãs. Casas abriram as suas portas de par em par e a Junta de Freguesia colaborou com muito entusiasmo transformando temporariamente a sua sala de sessões em Albergue de Juventude.




Um passeio até à zona balnear da ponte era obrigatório. Quem é que vai à freguesia do Colmeal e não vai apreciar aquela maravilha da Natureza? As fotografias falam por si.


Como sempre acontece em qualquer passeio a foto de grupo é inevitável. Com o Colmeal em fundo os futuros arquitectos junto dos seus anfitriões espelham bem a sua alegria e satisfação por este fim-de-semana diferente.


Antes do regresso ainda passaram pelas Seladas para pedir uma “ajudinha” ao Senhor da Amargura para o exame que se aproxima…


Eles foram ao Colmeal para afinar as vozes e com a outra Tuna, a de Veterinária, vai ser um grande espectáculo. Não queira perder estes momentos de simpatia e boa disposição. Como se costuma dizer, é o melhor que se leva desta vida.
Venha, porque vai valer a pena.
Vamos todos à Casa do Concelho de Góis no próximo dia 11 de Março.
É na Rua de Santa Marta, 47 R/c Dtº. Às 3 da tarde.

Fotos de Mariana Brás

Quando eles fizeram exame… em 1960


Fizeram exame do 2º grau os seguintes alunos desta freguesia, ficando todos aprovados:

Carminda Gaspar Freire, filha do Sr. António de Almeida Freire e D. Miquelina Gaspar, Colmeal.
Irene de Almeida Fontes, filha do Sr. Bernardino Nunes da Fonte e da Sr.ª Olímpia Nunes de Almeida, Soito.
Maria de Lurdes da Silva, filha do Sr. José Brás da Silva e da Sr.ª Graciana de Almeida, Soito.
Natália Simões da Ascenção, filha do Sr. António Francisco da Ascenção, falecido e da Sr.ª Lucinda Simões, Colmeal.
Marília de Jesus Nunes, filha do Sr. Eduardo de Almeida Nunes e da Sr.ª Ilda de Jesus Nunes, Malhada.
António Olivença, filho do Sr. José Brás Olivença e da Sr.ª Maria da Ascenção, Malhada.
José dos Santos Gaspar, filho do Sr. José Gaspar e da Sr.ª Júlia dos Santos, falecida, Malhada.
Américo Joaquim, filho do Sr. Manuel Joaquim e da Sr.ª Maria Augusta, Aldeia Velha.
Maria Helena Martins, filha do Sr. Agostinho Martins e da Sr.ª Libânia de Almeida, Carvalhal.
Maria de Jesus Martins, filha do Sr. João Martins e da Sr.ª Albertina de Jesus Fernandes, Carvalhal.
Álvaro Miranda Marques, filho do Sr. Manuel Marques e da Sr.ª Maria Miranda, Candosa, Cadafaz.
Parabéns.

in Boletim “O Colmeal” Nº 6, de 15 de Julho de 1960

Clube de Contadores de Histórias (XXX)



A jarra partida

Partiu-se a jarrinha, aquela jarrinha de flores pintadas à mão, tão elegante, tão graciosa que era o enlevo de todas as pessoas que passavam por nossa casa.
— Está na nossa família há séculos. Dizem que foi oferecida por uma rainha de antigamente a uma antepassada nossa — explicava a minha mãe, enternecida, a olhar para a jarrinha de flores pintadas.
Pois, mas partiu-se. Partiu-se em cacos inumeráveis que não há conserto nem cola que lhe valham. Quem foi o desastrado?
— Eu não — safou-se o Tiago. — Quando eu cheguei a casa, já a mãe estava a chorar.
O meu irmão Tiago ficou livre de qualquer suspeita.
— Eu também não fui — apressou-se a dizer o meu pai. — Quando eu cheguei a casa, já a vossa mãe estava a ser consolada pelo Tiago.
— Eu é que não fui — choramingou a minha mãe. — Tinha tanta estimação na jarrinha. Quando eu cheguei a casa, não havia cá ninguém e já a jarra estava partida em mil bocados. Por pouco que não desmaiava de desgosto.
— Só se foi o Bolinhas... — lembrou o Tiago.
O nosso gato Bolinhas desenrolou-se com muita dignidade e disse:
— Eu não fui nem tenho nada a ver com o assunto.
E voltou a enrolar-se e a adormecer. Ai, quem me dera ter podido fazer o mesmo!
— Fui eu — balbuciei.
Todos se viraram para mim.
— Tu, Marcos? E estavas calado?
Suspirei fundo e comecei a contar o que acontecera. À medida que contava, ia ficando mais tranquilo, sem aquela insuportável queimadura nem sei onde – no estômago? No coração? na barriga? – que me fizera correr de casa para a escada, da escada para a rua, como se tivesse lançado fogo ao prédio. Ou a mim próprio.
Tinha sido um azar. É sempre um azar. Para meter a ficha do gravador de vídeo na tomada da parede, tive de arredar um bocadinho a estante. Não contava que fosse tão pesada. Com a inclinação da estante, os livros escorregaram. Precipitei-me sobre eles, para evitar o desmoronamento. Não medindo os gestos, dei um encontrão numa mesinha que abalou o expositor onde estava a jarrinha. Estremeceram as bonecas de Saxe e saltaram as chávenas de café nos respetivos pires... A jarrinha, como a casca de um ovo, partiu-se. Acho que ela estava, há muito tempo, à espera de partir-se. Qualquer estremecimento lhe daria o pretexto. Dei eu. A culpa foi minha.
Disse isto com um ar tão enfiado, tão de lamentar, que o círculo acusador à minha volta se desanuviou e desfez por si. A minha mãe, suspirando, foi varrer os vidros da jarra para uma caixa, na ilusão de que talvez ainda pudesse ser restaurada, o Tiago lançou-me uma piscadela de olhos de “fixe, meu”, e o meu pai, antes de mergulhar no jornal, confidenciou-me:
— Sabes: a jarra realmente já estava partida. Há tempos, na balbúrdia de uma brincadeira com o Bolinhas, que ainda era gatinho, a jarra rachou- se. Isto é, rachei-a... Como estava sozinho em casa, tive tempo de consertá- la o melhor que pude, para não dar um desgosto à tua mãe. Mas, de facto, a jarra já estava partida.
Por aquela não esperava eu.
— Tu tiveste muita coragem em confessar — continuou o meu pai. — De aqui a bocado, ao jantar, quando estivermos todos juntos, vou ser eu a precisar de coragem. E desculpa...
O meu pai abriu à sua frente as longas páginas do jornal, não sei se para lê-las, se para esconder a cara do embaraço. Também é preciso coragem para pedir desculpa.

António Torrado
www.historiadodia.pt
O Clube de Contadores de Histórias
Biblioteca da Escola Secundária Daniel Faria - Baltar