28 março 2011

Assembleia-Geral na 4ª feira

Será já na próxima quarta-feira, dia 30 de Março, que a União Progressiva da Freguesia do Colmeal vai realizar a sua Assembleia-Geral e prestar contas aos seus associados conforme preceituam os Estatutos..
No princípio dos anos setenta do século passado a União Progressiva foi pioneira entre as associações regionalistas quando apresentou uma Comissão de Juventude. Agora, passadas que são quatro décadas, um grupo de jovens colmealenses animados de um grande entusiasmo pretende contrariar a ideia instalada de que os mais novos nada querem com o regionalismo..
Sabemos que os familiares mais próximos lhes manifestam todo o seu apoio e que irão estar junto deles na reunião magna de quarta-feira, na Casa do Concelho de Góis. Nenhuma Direcção ficará insensível a esta disponibilidade dos mais jovens e todos eles sabem que poderão sempre contar com os mais antigos, com todos aqueles que ao longo dos tempos ajudaram a colectividade a chegar aos oitenta anos de existência..
Desejamos muito sinceramente que a sala da nossa casa concelhia se encha na noite de quarta-feira. Não só para apoiar os mais novos que necessitam do incentivo e do carinho de todos os colmealenses mas também para dar ânimo e confiança àqueles que vão dirigir no próximo mandato os destinos da nossa colectividade.
O Colmeal e a União Progressiva precisam de si e da sua presença.
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UPFC
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25 março 2011

Monsenhor André de Almeida Freire

André Gaspar de Almeida Freire é natural do Colmeal, concelho de Góis. Filho de Miquelina Gaspar Freire e de António de Almeida Freire, já falecidos, havia recebido a Ordenação Sacerdotal em 15 de Agosto de 1961. O Sumo Pontífice Papa Bento XVI por proposta do Bispo de Coimbra concedeu recentemente o título de Monsenhor a este filho da aldeia do Colmeal, que desde a sua ordenação vinha desempenhando a função de Chanceler da Cúria Diocesana. A União Progressiva da Freguesia do Colmeal congratula o seu associado e família por tão honrosa distinção agora recebida. UPFC Foto cedida por Fátima Freire

Labirinto

Foto de A. Domingos Santos

OS OBJECTOS CONTAM HISTÓRIAS

“Os Objectos contam Histórias” era o título da exposição que acompanhava a “II Mini Feira do Livro”, na Escola Básica do 1º Ciclo e Jardim de Infância de Sarzedo [1] Sobre a chita que enfeitava a mesa, os objectos trazidos pelas crianças eram muitos, muito bonitos e faladores. Eram objectos do tempo dos seus avós, alguns, do tempo dos bisavós e tetravós. Comparativamente com outros acervos, como os que integram os museus etnográficos da região ou o que se encontra registado fotograficamente no livro “Dos Objectos para as Pessoas” (Lisete de Matos, 2007), a exposição sugeria, desde logo, um menor peso do sector produtivo e, nomeadamente do primário, que estava representado apenas por cinco objectos oriundos da agricultura e da pastorícia. Em contrapartida e sintonia com a idade das crianças, e consequentemente com a dos avós, predominavam os objectos relacionados com o quotidiano doméstico das famílias. Indiscretos, uns e outros falavam assim das características sociais da época em que foram usados, primeiro a economia de matriz essencialmente agrária que perdurou na zona até aos anos sessenta do século passado, depois, a actual de pendor secundário e terciário mais ou menos tecnologizados. Pesem embora as sobreposições observáveis. [1] Fotografias gentilmente cedidas pela escola.
No âmbito da primeira forma económica, a esfera doméstica e a produtiva confundiam-se, e os que exploravam a terra também possuíam os meios de produção. Por isso abundavam nas casas as ferramentas e os utensílios de transformação e armazenagem, que uns guardaram e outros não. No âmbito da segunda, a esfera doméstica e a produtiva tendem para funcionar separadamente e em sítios distintos, o mesmo acontecendo com os meios de produção. Quando se trabalha por conta de outrem numa fábrica, loja ou outro serviço, só excepcionalmente é que se têm em casa máquinas ou outros apetrechos relacionados com a actividade profissional exercida. Mas o poder de compra entretanto alcançado tornou possível o acréscimo e a melhoria das utilidades caseiras.
Apostados em contar histórias, e sendo um excelente desafio e pretexto para a escrita, os objectos expostos falavam ainda de muitos outros assuntos, evocando, no silêncio eloquente dos contextos e memórias para que remetem, afectos e identidades; pessoas e classes sociais; processos migratórios e retorno; preocupações estéticas e decorativas que um certo desafogo económico tornou possíveis; tarefas que ainda hoje representam, para algumas mulheres, uma segunda ou terceira jornada de trabalho; profissões que já se transformaram ou desapareceram; aparelhos que a electrónica substituiu com admirável eficiência …
Entre os objectos sobressaia um livro trazido pela professora Anabela, a reflectir a sua paixão pelos livros e pela leitura, e a reenviar para a história do tempo em que algumas raparigas aprendiam artes enquanto outras trabalhavam arduamente, e poucas tinham os mesmos direitos e oportunidades que os rapazes. Tempos melhores os que vivemos, apesar das muitas dificuldades e desigualdades do presente! Há muito afastada das lides educativas, gostei de estar na Escola Básica do 1º Ciclo e Jardim de Infância de Sarzedo. Apreciei, muito especialmente, o ambiente de aprendizagem acolhedor e disciplinado, o bom relacionamento que envolvia as crianças, os professores, as educadoras e as auxiliares de acção educativa, a participação, a atenção e o semblante prazenteiro e feliz das meninas e meninos, a preparação prévia da sessão em que participei, as estratégias com que até eu aprendi matemática, o raminho de chá de tília! … Sendo o primeiro o mais importante dos ciclos de aprendizagem (e ensino), por proporcionar as competências de base que vão permitir e enraizar as aprendizagens subsequentes, felizes as crianças que têm o privilégio de fazer parte de um ambiente tão estimulante e potencialmente formativo!
Como se vê, os objectos contam histórias. Histórias de vidas e pessoas que outras pessoas podem escrever! Segundo Paulo Ramalho, no livro “Dos Objectos para as Pessoas”, (…) tudo quanto tem história ocupa o seu lugar no presente e pode iluminar o futuro. Lisete de Matos Açor, Colmeal, Março de 2011.
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Teatro no Colmeal

. A juventude do Colmeal, ensaiada pela professora primária Maria Helena Pinho, tem-se dedicado a fazer teatro, que tem sido do agrado da população, a qual acorre ao Centro Paroquial com todo o interesse. Recentemente, o grupo teve uma agradável actuação, que depois repetiu em Cepos, e consta que está em preparação uma nova festa. As receitas revertem em benefício da caixa escolar, que desde há tempos fornece uma refeição diárias aos alunos da escola. in Boletim “O Colmeal”, Nº 134 – Abril-Junho de 1976 Arquivos da UPFC

A. Simões Lopes

INTRODUÇÃO À ECONOMIA URBANA
Este novo livro de António Simões Lopes e de José Pedro Pontes dá continuidade aos trabalhos publicados sobre desenvolvimento regional, disponíveis na colecção Manuais Universitários, mas, desta vez, com um novo enfoque: o meio urbano. Partindo da emergência e da complexidade dos fenómenos actuais da urbe, os dois economistas centram-se fundamentalmente nos aspectos económicos da questão urbana. No entanto, como a problemática urbana não se limita somente aos centros urbanos, nem é de ordem exclusivamente económica, os autores adoptam uma perspectiva mais ampla, considerando também os aspectos sociais interligados e a sua inclusão numa rede mais vasta, que necessariamente vai relacionar-se com o desenvolvimento regional. Admitem os autores que, ao tratar o tema, não se limitaram às abordagens analíticas esperadas, mas que, por inerência da problemática, a questão política não fica de fora. Assim, o livro pode ser encarado como uma boa ajuda não só para os alunos que procuram aprofundar os seus estudos, mas para todos os que se preocupam como planeamento e as decisões que rodeiam hoje a temática urbana. in Newsletter Fundação Gulbenkian, Nº 121, Março 2011 Nasceu em 1934. Licenciou-se no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras. Doutorou-se em Economia na Universidade de Oxford. É docente do Instituto Superior de Economia e Gestão desde 1961. É professor catedrático de Economia desde 1977, agora aposentado. Foi professor convidado de várias universidades portuguesas e estrangeiras. Pertenceu aos quadros do Instituto Gulbenkian de Ciência. Foi director de investigação do Centro de Sistemas Urbanos e Regionais das Universidades de Lisboa e é membro do Centro de Investigação Regional e Urbana do ISEG. É membro fundador da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Regional. Foi Reitor da Universidade Técnica de Lisboa. Foi membro do Conselho Económico e Social. Publicou vários livros e artigos sobre Economia e Desenvolvimento Regional e Urbano, com destaque para Desenvolvimento Regional, editado pela Fundação Calouste Gulbenkian nos Manuais Universitários (5 edições). Na União Progressiva da Freguesia do Colmeal, iniciou a sua colaboração em 1 de Março de 1959, como Primeiro Secretário da Direcção. No período de 23 de Abril de 1967 a 9 de Março de 1969 presidiu à Direcção onde trabalhou com Armando Nunes dos Reis, José Alberto Barata Martins, António Ferreira Ramos, Manuel Martins Barata, António Santos Almeida (Fontes), Fernando Henriques da Costa, José Nunes de Almeida, Eduardo dos Santos Ferreira, Horácio Nunes dos Reis e João de Deus Duarte. É sócio honorário desta associação regionalista. A. Domingos Santos Arquivos da UPFC

Passado

Foto de A. Domingos Santos

17 março 2011

TORNEIO FUTSAL INTER-COLECTIVIDADES CCPS 2011

Pelo 5º ano consecutivo o desporto une e incentiva o regionalismo
A nova direcção da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra - CCPS, recentemente eleita, cumprindo o previsto no plano de actividades para o mandato 2011/2012, vai continuar a promover actividades desportivas e recreativas, com o objectivo de juntar a vasta comunidade pampilhosense e da beira serra, na região da grande Lisboa, proporcionando momentos de salutar convívio entre conterrâneos, familiares e amigos (as), através do desporto.
Neste sentido, tendo em conta o êxito das edições anteriores, a Casa concelhia pampilhosense vai, pelo 5º ano consecutivo, realizar um grande Torneio de Futsal Inter-Colectividades Filiadas.
À semelhança dos anos transactos, este torneio vai decorrer durante os meses de Abril e Maio, nos mesmos moldes dos anos anteriores, ou seja, durante os Sábados, em Lisboa. A direcção solicita às aldeias/colectividades interessadas em participar que informem a organização, até ao dia 18 de Março de 2011, afim de permitir a programação e calendarização atempada do evento
Para mais esclarecimentos contactar o pelouro do Desporto, Cultura e Recreio para Carlos Simões 919877607 ; António Pereira 969282008 ; José João 935034511; Henrique Dinis 960278144 ou por email para calossimoes@casapampilhosadaserra.pt
Até dia 12 de Março estavam inscritas as equipas de: Ádela (Góis), Camba, Ceiroco, Covanca, Ponte de Fajão, Malhada e Casais (Góis), C.F. Varejense (Lisboa), Maria Gomes e Trinhão.
Inscrevam-se já. Saudações Regionalistas
Carlos Simões Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra Vice.Presidente p/ Desporto, Cultura e Recreio Telm. 919877607
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Temporal

O temporal passou por aqui. E deixou marcas. Fotos de A. Domingos Santos
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16 março 2011

Feira Sustentável

A Lousitânea - Liga de Amigos da Serra da Lousã, vai desenvolver no próximo dia 3 de Abril, uma Feira Sustentável em Vila Nova do Ceira, concelho de Góis. A Feira Sustentável com Recriação Etnográfica das Feiras Tradicionais, irá ter a presença e o contributo das várias freguesias do concelho de Góis. Vimos por este meio convidá-lo a participar no evento, e se possível a fazer a divulgação do mesmo.
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Fios

Foto de António D. Santos

Limpar Portugal 2011

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11 março 2011

Assembleia-Geral da União

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Exmo(a) Senhor(a) Associado(a), .
Levamos ao seu conhecimento a Convocação para a próxima Assembleia-Geral que se irá realizar no dia 30 deste mês na Casa do Concelho de Góis, onde prestaremos contas do que foi a nossa actividade neste último biénio. No ano em que a nossa colectividade, a mais antiga da freguesia do Colmeal, completa 80 anos ao serviço do Regionalismo, iremos assistir ao ressurgimento de uma Comissão de Juventude, o que muito nos apraz registar. Já nos idos anos de setenta a nossa União Progressiva fora pioneira na constituição de uma Comissão de Juventude, autêntica escola de futuros dirigentes, alguns dos quais ainda hoje fazem parte dos diversos órgãos sociais. A sua presença nesta assembleia é para todos nós muito importante. Esperamos por si. António Domingos Santos Presidente da Direcção .
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C O N V O C A Ç Ã O
Nos termos do Artigo 22º e pelos poderes que me confere o Artigo 25º do ESTATUTO, convoco a ASSEMBLEIA-GERAL da União Progressiva da Freguesia do Colmeal, a reunir em sessão ordinária, na Casa do Concelho de Góis, Rua de Santa Marta, nº 47 R/C Dtº, em Lisboa, no dia 30 de Março de 2011, pelas 20h30m (vinte horas e trinta minutos) com a seguinte
ORDEM DE TRABALHOS
1. Discussão e votação do Relatório e Contas da Direcção dos anos de 2009 e 2010 e do Parecer do Conselho Fiscal; 2. Eleição dos Corpos Gerentes para os anos de 2011 e 2012, de acordo com o Artigo 37º; 3. Discussão de qualquer assunto de carácter regionalista. De acordo com o § único do Artigo 23º, se não houver o número mínimo de sócios para a Assembleia-Geral iniciar os seus trabalhos em primeira convocação, poderá esta começar a funcionar uma hora depois com qualquer número. Lisboa, 10 de Março de 2011
O PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA GERAL a) Fernando Pinto Caetano
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08 março 2011

"Ti Maria do Soito" - Uma referência

Maria de Almeida Bráz, mais conhecida por "Ti Maria do Soito", faria ontem, dia 7 de Março, 100 anos. Esta fotografia é uma das últimas que nós, família Bráz, temos dela. Foi e será sempre uma referência nas nossas vidas. Sempre que estamos juntos, inevitavelmente reportamo-nos a episódios passados, alguns divertidos, outros com determinadas características que só ela tinha... O tempo passa muito depressa... A Família Bráz
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Levada

Foto de A. Domingos Santos

06 março 2011

A pedra e as calçadas

O empreiteiro encarregado de executar as obras de calçadas da sede da freguesia, Sr. Cassiano Alves Bandeira, do Esporão, começou já a acarretar pedra para o efeito. Se não nos enganamos, seria conveniente ver bem de que pedra se trata, a fim de evitar erro dificilmente reparável. É que a pedra é boa, mas não parece ser a indicada para as ruas com grande elevação. Sendo de qualidade bastante sujeita a polimento, passado pouco tempo torna-se muito escorregadia, e ninguém se segura a subir ou a descer uma calçada. Tem-se já a experiência no pequeno troço do início da rua do Cimo do Lugar, onde, quando chove, só se passa agarrado às paredes. O caso é de ver urgentemente. Se para as ruas muito inclinadas se não puderem usar paralelepípedos de granito, muito mais caros, conviria entremear a pedra branca com pedra ferrenha da região. De outra forma, é impossível que faltem costelas partidas. in Boletim “O Colmeal”, Nº 121 – Novembro de 1973 Arquivos da UPFC

Moinho. Rio Ceira, Colmeal

Lisete de Matos em Junho de 2007, em edição própria do seu livro “DOS OBJECTOS PARA AS PESSOAS” apresentava na página 38 uma fotografia deste moinho e a seguinte legenda: “Reparado há uns anos mediante esforço popular, encontrava-se, à data (Junho 2006), em condições de funcionar. Voltou a ser destruído pelo temporal de finais de Outubro 2006. Comparativamente com a maioria, este moinho apresentava a particularidade da estrutura que o aloja ser circular.” Sabemos que os colmealenses não são indiferentes a esta situação e que um dia a recuperação se fará. O mais difícil será dar o primeiro passo. Fotos de Domingos Nunes

TERRAS DA BEIRA SERRA

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Sacerdote, artista plástico, poeta, historiador, folclorista e ensaísta, Monsenhor Augusto Nunes Pereira foi um dos mais notáveis intelectuais contemporâneos da Beira Serra. A sua obra é vasta e do melhor nível cultural.
Desenhador, gravador e pintor, realizou numerosas exposições de arte em Portugal, no Brasil e no Luxemburgo, ao mesmo tempo que foram divulgados dezenas de trabalhos em inúmeros periódicos, com relevo para “A Comarca de Arganil”, “Correio de Coimbra”, “Jornal de Arganil”, revistas “ Mensageiro de Santo António” e “Arganilia” (que lhe dedicou uma edição especial), etc. E, entre outras obras consagradas ao Padre-Artista de Mata de Fajão, assinalamos os volumes Monsenhor Nunes Pereira – o percurso de uma vida (por Maria da Conceição Oliveira e José Maria Pimentel), Encontro com Poetas e um Artista / Mons. Nunes Pereira (por Mário Simões Dias) e O vitral da Ressurreição da Igreja Paroquial de São José de Coimbra (por Marco Daniel Duarte).
Para lá das pessoas, o pintor fixou igualmente montes e vales, santos e anjos, rios e árvores dos lugarejos, aldeias e vilas, enfim tudo o que dá à Beira as suas características inconfundíveis que o artista não se cansou de desenhar e pintar, na pedra, na madeira, no cobre ou ferro. Não sabemos de ninguém que tenha ido tão longe, recriando as gentes e paisagens das nossas terras que parecem não ter fim. Tudo o interessou e continua a interessar-nos, quer estejamos perto ou aos milhares de pessoas que partem do país natal e que ainda vivem com as imagens da sua terra nos olhos e no coração: as imagens e os sentimentos são tão reais como se estivéssemos no meio dos pinhais, olivais e vinhedos, rios ou nos caminhos perdidos nos montes.
As paisagens cheias de vida de Nunes Pereira são aquelas que permanecem sempre dentro de nós – e por isso as fomos guardando e colecionando. Assim fiz eu e assim fez Nuno Mata que buscamos os traços do artista até que decidimos reuni-los e recordá-los num livro que poderemos reviver ao longo dos anos.
O álbum Terras da Beira Serra junta uma boa cinquentena de ilustrações e quem sabe poderá ser aumentado, um dia, se nos for possível descobrir mais algumas que permanecem dispersas, mas as que são agora reimpressas dão uma idéia segura da Beira voltada da Estrela para Coimbra e admitimos que se trata de uma perspectiva ampla. São visões humanas e da Natureza, redescobrindo a História da região através das obras de arte, dos templos e monumentos, os ricos solares e as casas rústicas da nossa terra. Os costumes e as lendas estão também presentes nos homens e mulheres. Redescobrem-se os Santuários do Montalto e da Senhora das Preces, a capelinha longínqua do Colcurinho e de outros lugares sacros, por todos amados e poetizados, relevando-se a beleza dos rios Alva e Ceira, assim como das ribeiras e dos ribeirinhos, dos matos indevassáveis e das múltiplas flores silvestres que enfeitam os caminhos, os chafarizes e fontenários, as igrejas e capelas quase escondidas nas montanhas, os frutos saborosos dos castanheiros, macieiras e pereiras, pessegueiros e figueiras, uvas, etc., etc.
O pintor A. Nunes Pereira faz-nos reviver as estações do ano, recorda as mulheres, os meninos e os homens, desenhando como se compusesse música, cantando-nos as modinhas simples e harmoniosas da nossa infância, reproduzindo o vento e a chuva, o frio e o sol beirão, as festas e romarias, as danças e os cantares que já não se vêem nem escutam. Mas o que pertence ao passado permanece vivo nos desenhos, gravuras e pinturas das terras da Beira Serra. É como se relêssemos as poesias de Brás Garcia Mascarenhas, D. Luís da Silveira, de Simões Dias, do Visconde Sanches de Frias ou de Vasco de Campos e do próprio Nunes Pereira.
Nos versos dos nossos Poetas e nas pinturas do sacerdote que veio da Mata de Fajão devem ser admiradas as vilas e aldeias da nossa Terra e é por isso que dizemos que nas Terras da Beira Serra estão as raízes e a eternidade do nosso passado, cada vez mais presente e na esperança do amanhã. Abrindo os olhos, ficaremos deslumbrados com as ilustrações que ele recriou para testemunhar a vida dos nossos ancestrais e dos que hoje a continuam e hão de perpetuar-nos no futuro.
(*) Escritor português há muitos anos radicado no Brasil, João Alves das Neves é co-autor (com Nuno Mata) do álbum Terras da Beira-Serra, que será lançado em breve.
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05 março 2011

Artesa

Peça da família Domingos da Fonte Foto de A. Domingos Santos
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ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE GÓIS

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Eventual encerramento do SAP preocupa deputados O eventual encerramento dos serviços de urgência nocturnos, no Centro de Saúde, foi o assunto que esteve em destaque na sessão ordinária da Assembleia Municipal, realizada na passada segunda-feira, na Biblioteca. Pelo grupo do Partido Socialista, liderado por Paulo Silva, foi presente à Assembleia uma proposta para ser enviada à Ministra da Saúde, com conhecimento a várias outras entidades ligadas ao sector, na qual manifestavam a sua preocupação sobre a possibilidade de poder vir a ser encerrado o serviço de urgência durante a noite, uma decisão que, segundo o documento, não podia ser precipitada sem que sejam criadas as alternativas que garantam o socorro às populações, já fragilizadas pelas assimetrias existentes. Esta proposta foi também aprovada pela maioria (com 18 votos a favor e um contra), com o líder do grupo do PSD, Pedro Agostinho, a referir que as distâncias são enormes e ficam ainda muito maiores com a deslocalização do helicóptero de Santa Comba Dão para Aguiar da Beira, piorando assim o socorro dos goienses em mais 45 minutos, interrogando: «agora deixamos que nos encerrem o SAP e não temos qualquer contrapartida, como um posto do INEM e uma ambulância?». Estranhando também «que durante todo este tempo tenha havido um movimento de surdez e nós perdemos algum tempo sabendo que era este o desfecho», o líder do grupo do PSD interrogou ainda: «se fechar o SAP, que é que irá acontecer aos utentes do hospital Rosa Maria?». «Não houve assim tanta surdez» Respondendo a esta preocupação, a presidente da Câmara Municipal, Maria de Lurdes Castanheira, esclareceu que na sequência de uma reunião havida sobre este assunto,«não houve assim tanta surdez», havendo também a possibilidade de contrapartidas como a criação de um posto de emergência médica pelo INEM. Para acompanhar este assunto do eventual encerramento dos serviços de urgência nocturnos no Centro de Saúde e depois de uma breve interrupção dos trabalhos para o efeito, acabou por ser constituída uma comissão de acompanhamento, pelos líderes dos três grupos que têm assento na Assembleia, respectivamente Paulo Silva, do Partido Socialista; Pedro Agostinho, do Partido Social Democrata; e Ana Cristina Santos, da CDU, que mereceu a unanimidade da Assembleia. Tomada de posse de novo deputado municipal E foi com a tomada de posse de Justino Geraldes (PSD), que vem substituir Graça Aleixo que pediu a exoneração, que se iniciaram os trabalhos da Assembleia, com o seu presidente José António Pereira Carvalho que cumprimentou o novo deputado, «seja bem-vindo a esta casa» e a quem desejou as maiores felicidades, como fizeram depois os líderes dos grupos do PS e PSD, este a acentuar que os compromissos eleitorais devem ser cumpridos até ao fim, preocupado que estava por ser este já o 11.º deputado a tomar posse naquele órgão autárquico. Respondendo, o líder do grupo do PSD, disse que a rotatividade das pessoas é normal, «não se preocupe, são pessoas de valor e em quem confio plenamente». Referiu-se depois Paulo Silva, homenageou a secção de judo da Associação Educativa de Góis, pela sua actividade e pelo seu contributo para dar a conhecer Góis e atrair pessoas, com as benéficas consequências para o comércio local, enquanto o deputado Jaime Garcia (PS), se congratulou pelo facto da comissão de acompanhamento que acabava de ser criada para promover a sua pressão no sentido de evitar o encerramento do SAP, teve palavras de apreço para com o novo provedor da Santa Casa da Misericórdia, José António Vitorino Serra, congratulando-se ainda pela criação do Balcão Único do Município e pelo Gabinete de Apoio ao Desenvolvimento Local, que pode vir a contribuir, facilitar e ajudar na melhoria das condições de vida das populações e das empresas. Descentralização da Assembleia Municipal Jaime Garcia questionou depois em que situação se encontram as obras da Estrada Nacional 342 e da Estrada Nacional 2 entre Portela de Góis e Portela do Vento, ao mesmo tempo que, recordando a Assembleia Municipal realizada no Colmeal, «com uma participação elevadíssima de pessoas», defendeu que continuasse a descentralização dos trabalhos deste órgão autárquico, agora pelas outras freguesias do concelho. Relativamente às obras, a presidente da Câmara esclareceu que em «momento algum nos foi dito que havia algum retrocesso. Continuo a acreditar que vão ser uma realidade». E depois do presidente da Junta de Vila Nova do Ceira se ter referido a algumas necessidades da freguesia, o deputado Antonino Antunes (PS), agradeceu à Câmara Municipal a compra do terreno em Cortes, «uma mais-valia» e agradeceu a limpeza das estradas feita pelos serviços camarários. No momento em que se debate a extinção de freguesias e até concelhos, também o presidente da Junta do Colmeal, Carlos de Jesus, deu conhecimento à Assembleia sobre as conclusões reunião da ANAFRE - Associação Nacional das Freguesias em que participou, dizendo que outras se irão realizar, considerando importante a participação de todas as freguesias. A apreciação das actividades económicas e financeiras do Município foi o primeiro ponto da ordem de trabalhos da Assembleia, seguindo-se o período dedicado ao público presente, com José Serra a agradecer as palavras que lhe foram dirigidas, exaltou o dr. José Cabeças, «provedor durante 19 anos» e a sua obra e relativamente à questão do possível encerramento do SAP disse acreditar nas pessoas, nas instituições e no Governo «que não vão tomar medidas de ânimo leve que alterem a vida dos goienses», até pelo facto do grande do grande investimento que foi feito no antigo Hospital Rosa Maria, como referiu. Satisfação pelo renascimento de A COMARCA E os trabalhos chegavam ao fim, com o presidente da Assembleia Municipal a congratular-se pela maneira elevada como decorreram, manifestando ainda a sua grande satisfação pelo renascimento de A COMARCA, a quem endereçou os seus cumprimentos, desejou felicidades e os votos dos maiores êxitos. Por estas palavras amigas e de incentivo, o nosso sincero e público bem-haja. .
in A Comarca de Arganil, 03/03/2011
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02 março 2011

Chanfana une concelhos na candidatura às “7 Maravilhas da Gastronomia”

Foto de Luís Carregã
Os municípios de Vila Nova de Poiares, Miranda do Corvo, Góis e Lousã vão apresentar uma candidatura conjunta da chanfana ao concurso “7 Maravilhas da Gastronomia Portuguesa”, revela a autarquia poiarense.
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“Para a excelência desta iguaria, absolutamente divinal, contribuem vários fatores, como a especificidade da alimentação do gado caprino desta região, que exerce grande influência na qualidade da carne de cabra, a par de outras propriedades específicas dos caçoilos de barro, do vinho de boa qualidade e do forno tradicional de lenha”, segundo uma nota divulgada pela Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares.
A decisão de apresentar a candidatura foi tomada num jantar em Vila Nova de Poiares, no qual o município, em parceria com a Confraria da Chanfana, juntou à mesa os concelhos vizinhos. Foram ainda convidados a participar no projeto outros municípios.
in Diário as Beiras

Encantos da Serra

Fotos de A. Domingos Santos
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Comarca "pereceu, mas renasceu com mais responsabilidade"

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Fundação Memória da Beira Serra - A Comarca de Arganil apresentou corpos sociais, em cerimónia no Casino Estoril
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«Mais do que a organização, mais do que o engenho, foi o amor que nos mobilizou a todos, para não deixarmos cair a Comarca». A afirmação foi de José Dias Coimbra, fundador e vice-presidente do Conselho de Administração da “Fundação Memória da Beira Serra – A Comarca de Arganil”, aquando da apresentação dos corpos sociais daquela instituição, numa cerimónia que decorreu sábado no auditório do Casino Estoril. A Misericórdia, “motor de arranque” da Fundação, segundo Dias Coimbra, «não podia alhear-se da eventual perda da memória colectiva que radica na Comarca». Afinal, sustentou, «são 111 anos de acontecimentos, mais de um século». A cerimónia, que juntou muitas individualidades, deve ser entendida como «uma homenagem a todos quantos passaram pela Comarca e que a ela entregaram o seu melhor em prol do desenvolvimento das comunidades e a todas as ilustres personalidades que se dedicam a causas, dando ao Jornal A Comarca uma marca da região que perdura e que luta por melhores condições», afirmou. A Comarca, vincou o também provedor da Misericórdia de Arganil, «pereceu, mas renasceu, com mais responsabilidade e com um novo projecto, mas mantendo a sua matriz, dar valor à Beira Serra e alertar para as suas necessidades». Com efeito, sublinhou o dirigente, «sob o lema, cultura, cidadania e informação, a agora Fundação Memória da Beira Serra – A Comarca de Arganil é e deverá ser mais do que um título semanal, deverá ser também um agente mobilizador de vontades, dando origem a mudanças», explicando que será precisamente por esse motivo que a Fundação «procurará criar o Museu da Imprensa Regional e das Comunidades da Língua Portuguesa, como tributo à Imprensa Regional». Refira-se que este projecto será de dimensão nacional, procurando reunir o maior número de colecções de jornais que, ao longo dos tempos, fizeram parte do universo da Imprensa Regional, pretendendo igualmente agregar os títulos que marcaram e marcam presença nas comunidades portuguesas emigradas. Outro dos projectos da Fundação será o de «dinamizar a cidadania, realizando ciclos de conferências sobre temáticas actuais e essenciais para a promoção do desenvolvimento da região». Também deverá ser um «pólo capaz de congregar as instituições e as comunidades, tornando-se um agente de mudança positiva e de estímulo à reflexão sobre novos paradigmas da sociedade actual». Exemplo disso, disse Dias Coimbra, «são as várias instituições e autarquias que se associaram ao projecto», como é o caso da ADIBER, Misericórdia de Arganil e as câmaras municipais de Arganil, Góis, Tábua, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Miranda do Corvo, Lousã, Penacova e Vila Nova de Poiares. Regresso de 111 anos de história
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Já para José Dinis dos Reis, presidente da Assembleia-Geral da Fundação, o renascimento da Comarca «está relacionado com a vontade de ganhar ânimo», e comentou que a Beira Serra tem «todas as razões para se considerar um lugar vítima de desatenção, mas também cheio de força», declarando que vê a Comarca, como «parte dessa força e como um valor colectivo que nos cabe fortalecer». Segundo Mário Assis Ferreira, presidente do Conselho de Administração, este projecto, «pelo seu sentido abrangente, tem todos os factores para representar uma força aglutinadora, em função da evocação da memória da Beira Serra». Com efeito, sustentou, uma Fundação «não se limita ao objectivo de relançar um Jornal que era a carta de família dos emigrantes, é todo um conjunto de actividades, de natureza cultural e filantrópica que representam o plasmar de um sentido regionalista que a todos deve entusiasmar». «A Comarca está de volta e com ela regressam 111 anos de história, contados nas linhas de um Jornal que sempre promoveu a Arganilidade e o regionalismo», declarou Ricardo Pereira Alves. Por isso, afirmou o presidente a Câmara de Arganil, «abre-se hoje uma janela para o futuro», mostrando «orgulho, enquanto autarca, não apenas pela constituição da Fundação que ficará sedeada em Arganil, mas sobretudo pelo renascer da A Comarca que, ao longo dos seus 110 anos, participou na construção das nossas comunidades, difundindo e ajudando a promover Arganil e toda a região da Beira Serra, pelos quatro cantos do mundo». Corpos sociais Assembleia-geral:
Presidente: José Dinis Reis Vice-presidentes: Regina Anacleto e António Ramos de Almeida 1.º Secretário: Susana Redondo;
2.º Secretário: Ernesto Coelho; Vogal: Victor Dias Conselho de Administração:
Presidente: Mário Assis Ferreira Vice-presidente: José Dias Coimbra 1.º Secretário: Miguel Ventura;
2.º Secretário: António Carvalhais Tesoureiro: Fernando Dias;
Vogais: Jorge Pereira, Mário Pereira Gonçalves, Mário Vale, Carlos Andrade, José Pereira, Sérgio Castanheira, Francisco Baptista, António Pedro, Filipa Maia e Nuno Gomes Conselho Fiscal:
Presidente: Pedro Pereira Alves Vice-presidentes: Adriano Lucas e Armando Dinis Cosme;
Secretário: Alberto Mateus;
Relator: Carlos Henriques Director Geral da Fundação Memoria da Beira Serra – A Comarca de Arganil: José António Castanheira; Director do Jornal A Comarca de Arganil: António Lopes Machado, coadjuvado por Nuno Gomes; Director do futuro Museu da Imprensa Regional e das Comunidades da Língua Portuguesa: João Alves das Neves Escrito Por Isabel Duarte
in Diário de Coimbra, 28/02/2010