31 janeiro 2010

José Saramago – Biografia

“Esta é a primeira biografia de um dos escritores mais importantes da história da literatura portuguesa. Através dela acompanhamos a vida de José Saramago, desde o seu nascimento na Aldeia da Azinhaga, Golegã, até à sua mudança para Lanzarote. José Saramago decide dedicar-se à escrita ficcional aos 53 anos e, em 1980, lança Levantado do Chão, onde surge o que viria a ser conhecido como o «estilo saramaguiano»: o narrador «oraliza» a escrita como se estivesse de viva voz numa roda de comparsas e desrespeita ostensivamente as regras sintácticas e a pontuação. Mas é o seu terceiro romance, Memorial do Convento, 1982, que o consagra definitivamente. Em Outubro de 1998, Saramago ganha o Prémio Nobel da Literatura, tornando-se o primeiro e único escritor de língua portuguesa a obter tal distinção. Onze anos depois, continua a escrever e a gerar polémica. Disso é exemplo Caim, o seu último romance, de 2009.” Assim se lhe refere o autor, João Marques Lopes, neste livro acabado de sair e onde nas pouco mais de cento e setenta páginas nos dá a conhecer a vida do escritor. “José Saramago nasce a 16 de Novembro de 1922 na aldeia da Azinhaga, Golegã. Em 1924 os pais mudam-se para Lisboa e aos sete anos, o pequeno José começa a aprender as primeiras letras. Frequenta as escolas primárias da Rua Martens Ferrão e do Largo do Leão. Depois, durante apenas dois anos (1933-1935) continua os estudos ingressando no antigo Liceu de Gil Vicente que ao tempo funcionava dentro do próprio Convento de São Vicente de Fora. No princípio desta década de trinta, apenas um quinto dos portugueses habitava em centros urbanos, cerca de metade da população activa dedicava-se à agricultura, o analfabetismo passava dos 60% e a esperança de vida era somente de 47 anos. Por motivos económicos, abandona os estudos liceais e vai para a Escola Industrial de Afonso Domingues onde no ano lectivo de 1939-40 conclui o curso de Serralheiro Mecânico. Começa a frequentar assiduamente bibliotecas públicas com destaque para a Biblioteca Municipal do Palácio Galveias, ao Campo Pequeno, mas foi na própria biblioteca da Afonso Domingues que ele começa a ler Fernando Pessoa. Datará provavelmente de 1940 o início do namoro de Saramago com Ilda Reis, à qual oferece os seus primeiros versos conhecidos e com quem casa em 1944. Em 1947 publica o romance Terra do Pecado e nasce a sua filha Violante Saramago. Apesar de não ter estado envolvido nos meios oposicionistas durante a campanha de Norton de Matos, em 1949 vê-se compelido a deixar o emprego que tinha na Caixa de Abono de Família do Pessoal da Indústria Cerâmica por desavenças de carácter político. Em 1953, porque um seu romance não teve resposta da editora decide suspender o seu afã de escrever e publicar. Só em 1966 Saramago faz sair Os Poemas Possíveis e em Setembro de 68 começa a escrever regularmente crónicas para o jornal A Capital. Divorcia-se de Ilda Reis em 1970, no mesmo ano em que é fundado o MRPP, onde milita a sua filha Violante. No ano anterior, Saramago entrara para o então clandestino PCP. Com o 25 de Abril vem a trabalhar para os ministérios da Educação e da Comunicação Social. Passa durante alguns meses pelo Diário de Notícias onde foi director-adjunto e depois dedica-se às traduções e à escrita. Publica Levantado do Chão em Fevereiro de 1980, obra que se torna o primeiro êxito de público e de crítica do autor e que vem a ganhar o Prémio Cidade de Lisboa, o primeiro galardão literário realmente importante recebido por Saramago. Memorial do Convento, considerada a sua obra-prima, é publicado em 1982. Seguem-se O Ano da Morte de Ricardo Reis e A Jangada de Pedra. Entretanto conhece Pilar del Rio, jornalista, com quem casa em 1988. A publicação de O Evangelho segundo Jesus Cristo em 1991 vem a originar no ano seguinte uma grande polémica face ao veto do Governo à candidatura do romance para o Prémio Literário Europeu. No ano seguinte vai viver para a ilha de Lanzarote. A partir de 1995 o seu nome começa a circular insistentemente como provável vencedor do Nobel, o que vem a acontecer em Outubro de 1998. A Fundação José Saramago é instituída em 29 de Junho de 2007 e está sediada na histórica Casa dos Bicos em Lisboa. ” Biografia – José Saramago, de João Marques Lopes Guerra & Paz, Editores S.A. 1ª Edição: Janeiro de 2010 José de Sousa Saramago, como já aqui referimos neste espaço, foi casado com Ilda Reis, filha de Adelaide Reis e António Nunes dos Reis, que foram da freguesia do Colmeal. António Nunes dos Reis foi um dos fundadores, e durante muitos anos, dirigente da União Progressiva da Freguesia do Colmeal, colectividade pioneira no regionalismo e uma das mais antigas no concelho de Góis. Também Saramago passou pela União Progressiva tendo sido eleito em Assembleia-Geral de 18 de Janeiro de 1948 para 1º Secretário da Direcção, lugar que mantém até 17 de Dezembro de 1950. Após um breve interregno, volta a ser eleito em 24 de Abril de 1954 para o mesmo cargo onde fica até 27 de Dezembro de 1955. Para a União Progressiva da Freguesia do Colmeal é uma enorme honra ter tido José de Sousa Saramago, um grande escritor e Prémio Nobel, entre os seus dirigentes. A. Domingos Santos

Receitas da Freguesia do Colmeal

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Arroz de Fressura
500 gr. de fressura 1 ramo de salsa 1 ramo de hortelã 1 cebola 4 dentes de alho Colorau q.b. 3 folhas de louro 1 dl de azeite 50 gr. de manteiga 250gr. de arroz
1 dl. de vinho branco Corte a fressura em bocados pequenos e disponha-a num recipiente.
À parte, coloque num tacho a salsa, a hortelã, os alhos e as cebolas picadas, as folhas de louro, a manteiga, o azeite e faça um guisado.
Quando o preparado estiver a ferver, acrescente o vinho branco e a fressura e deixe cozer.
Se tiver um pouco de sangue coalhado do animal (cabra/cabrito) acrescente ao guisado.
Por fim, ao verificar que a fressura está bem cozida, acrescente o arroz e deixe cozer um pouco. A receita apresentada (Arroz de Fressura) foi disponibilizada por uma anónima residente em Aldeia Velha.

30 janeiro 2010

Funeral realizou-se ontem

. O adeus de Góis ao amigo Girão
Das figuras públicas ao mais simples munícipe, foram largas centenas de pessoas que se despediram do ex-presidente, que todos viam como homem bom. Os populares não se cansam de elogiar o homem que, dizem, estava sempre disponível para ajudar. Entre aquele que foi até há alguns meses o presidente da Câmara de Góis, Girão Vitorino, e aqueles com quem se cruzava diariamente na rua, não havia diferenças. Era sobretudo «um amigo», disse ontem um dos muitos munícipes presentes no último adeus ao ex-presidente da Câmara de Góis. A doença – um cancinoma pulmonar detectado há dois anos – foi mais forte e Girão Vitorino não resistiu. Faleceu quinta-feira e ontem foi a enterrar, no cemitério de Góis, depois de uma missa de corpo presente na igreja matriz à qual assistiram largas centenas de pessoas. Da personalidade do homem que foi presidente da Câmara de Góis, o seu povo, aquele a quem serviu durante nove anos, destaca a humildade e simpatia. «Era uma pessoa exemplar», comentava Fernando Barata, no decorrer do funeral do seu antigo presidente, lembrando o tempo em que conheceu Girão Vitorino, na altura em que este começou a trabalhar em Góis por conta da EDP. Conceição Custódio, também habitante de Góis, vai mais longe e afirma mesmo que «toda a gente gostava dele, mesmo quem não era da sua cor política». De facto, diferenças políticas foi o que não se notou existir no funeral do ex-presidente. De uma ponta à outra do distrito, praticamente todos os autarcas fizeram questão de marcar presença no último adeus ao antigo colega. Porque, na verdade, Girão Vitorino foi isso mesmo: um companheiro de profissão. De Oliveira do Hospital a Tábua, passando por Soure, Penacova, Miranda do Corvo, Lousã, Penela ou Pampilhosa da Serra, entre muitos outros presidentes de Câmara, todos estiveram lá, nas cerimónias fúnebres, assim como o governador civil, o presidente da Federação Distrital do PS e muitos outros responsáveis a nível distrital. O secretário de Estado Paulo Campos representou o Governo, mas acabaria por estar em dupla condição. «Venho também como homem da região, que está reconhecido pelo trabalho feito pelo Girão. Toda a sua vida foi um lutador e nesta região os lutadores são precisos», afirmou Paulo Campos, prestando a «homenagem» e «reconhecimento» ao antigo presidente da Câmara de Góis. Lutou por Góis, lutou contra a doença
A simpatia que todos apontam a Girão Vitorino estende-se a Espanha. O alcaide de Oroso, vila geminada com Góis, deslocou-se de propósito para o adeus àquele que diz ter sido «um amigo». O relacionamento com Girão Vitorino começou com o processo de geminação, mas foi muito além disso. «Era mesmo amizade», recordou Manuel Miras Franquilha, afirmando mesmo que desde o momento que o conheceu o achou uma pessoa «muito humana» e «amigo dos seus amigos». Girão Vitorino iniciou a sua vida autárquica em 1977, como vereador e acabaria por assumir a presidência da Câmara de Góis em 2000, com a saída de José Cabeças para a ARS. Manteve esse cargo até 2009, e foi mesmo com alguma dificuldade que o terminou, devido à doença. Diz quem com ele privou mais de perto nesta fase mais difícil da sua vida que ele foi um lutador. Victor Baptista foi um deles. Falando no homem «simples, de trato fácil, mas inteligente e estratega», o presidente da Federação Distrital do PS reconheceu também que «estava em profundo sofrimento». «A natureza roubou cedo Girão Vitorino», lamentou Victor Baptista, recordando o dia de segunda-feira passada, em que esteve com ele no hospital e ele «ainda estava consciente» e com vontade de «regressar por um dia a Góis». «O concelho perdeu um grande homem, o PS perdeu um dos grandes no distrito e eu perdi um amigo», disse, com emoção, o presidente da distrital. Lurdes Castanheira, que acabaria por encabeçar uma candidatura socialista em virtude da doença de Girão Vitorino, recorda os longos anos de amizade entre os dois e tudo aquilo que aprendeu com o antigo autarca. «Foi a pessoa que mais me ajudou a avançar com uma candidatura», reconheceu, considerando ser «um privilégio suceder a um autarca como Girão Vitorino». Qualidades? «A extrema humildade, carinho, dedicação, sentido de filantropia e grande disponibilidade para ajudar», sintetizou a autarca. «Foi sempre um lutador convicto, nunca baixou os braços e foi um autarca exemplar», reconheceu, por sua vez, o governador civil, Henrique Fernandes.
Vozes
Estava sempre disponível. Alguma coisa que nós pedíssemos ele ajudava no que fosse preciso. O Sr. Girão Vitorino lidava bem com toda a gente.” Fátima Neves Habitante de Góis
Góis perdeu um grande defensor das causas do concelho que, não sendo seu natural era seu de adopção. Eu perco um grande amigo.” Helena Moniz Vereadora no último mandado de Girão Vitorino
Girão Vitorino era uma pessoa muito humana e amigo dos seus amigos. Desde o momento em que o conheci que me brindou com a sua amizade.” Manuel Miras Franquilha Presidente da Câmara de Oroso, Galiza, Espanha
Conheci-o no ano de 81, quando vim para Góis trabalhar. Foi uma pessoa com quem tive a oportunidade e o grato privilégio de conviver e aprender.” Lurdes Castanheira Presidente da Câmara de Góis
in Diário de Coimbra 30/01/2010

Uma ideia estratégica para o concelho de Góis

Reflectindo sobre o que seria, segundo o nosso ponto vista, uma estratégia a médio prazo para o Concelho de Góis logo se deparou uma primeira dificuldade. Quando se pretende vender uma mercadoria, e uma ideia estratégica é também uma "mercadoria", logo se tem de imaginar naquilo que a nossa "mercadoria" se distingue da da concorrência. Como o concelho de Góis tem uma história prenhe de personalidades, factos e aspectos que vão da pré-história até aos nossos dias, pareceu-nos eleger a Cultura, como estratégia diferenciadora. Para isso ouvimos personalidades ligadas à Cultura e com profundo conhecimento do concelho. Resumindo e sintetizando. Góis deveria diferenciar-se dos concelhos que o envolvem dando um especial ênfase à Cultura. E, dizem os entendidos, há muito para explorar. Para se desenvolver, como estratégia do desenvolvimento, deveria apontar para o Turismo. Não apenas o turismo de Verão que por efémero, se bem que importante, não é a mola que fará o nosso desenvolvimento. Cuidando da sua cultura, do seu património, das suas tradições, da sua gastronomia, dos seus produtos endógenos, criando eventos bem pensados e capazes de terem repercussão, pelo menos regional, poderíamos conseguir um fluxo regular de turismo que, solidificaria as instituições existentes e abriria possibilidades de novos empreendimentos. É um sonho? Talvez. Mas ficamos à espera de uma estratégia melhor alicerçada e justificada. Editorial do Movimento Cidadãos por Góis

2010 - Comissão de Melhoramentos de Malhada e Casais

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O ano novo está no terreno e na CMMC só pensamos em reencontrar os nossos amigos. Vão ser muitas as oportunidades para nos visitar ao longo de 2010. Tome nota dos eventos já programados: • Assembleia-Geral a 27 de Fevereiro: debate regionalista e da actividade da CMMC, e eleição dos corpos gerentes para 2010 • Excursão à Malhada na Páscoa a 2, 3 e 4 de Abril • Pic-Nic no Parque Florestal do Monsanto em Lisboa a 13 de Junho • Festas de Verão na Malhada a 10, 11 e 12 de Agosto • Comemoração do 57º Aniversário da CMMC a 28 de Novembro Inscreva-nos na sua agenda e apareça. Estamos à sua espera! Saudações Malhadenses! http://malhadaecasais.blogspot.com/

28 janeiro 2010

José Girão Vitorino

Faleceu hoje em Coimbra o antigo presidente da Câmara Municipal de Góis, José Girão Vitorino, com 62 anos de idade, vítima de doença prolongada. José Girão Vitorino, foi Presidente da Câmara Municipal de Góis no período 2001-2009. Nasceu a 1 de Novembro de 1947, em Formoselha, Montemor-O-Novo, e era Filho de Joaquim Carlos Vitorino e de Cristina Pereira Girão.
Casado com Maria Elisa Guerra Santos, natural de Vila Nova do Foz Côa, exerceu a sua actividade profissional na Companhia Eléctrica da Beiras / EDP, em Lousã, Ourém e Góis.
Foi também presidente da Direcção da Casa do Povo de Góis, tendo participado em elencos directivos da Associação Educativa e Recreativa de Góis, Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Góis e Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Góis.
Para além disso foi eleito vereador em vários mandatos da Câmara Municipal de Góis, alguns deles em permanência.
O seu corpo repousa em câmara ardente no quartel dos Bombeiros Voluntários de Góis, e o seu funeral realiza-se amanhã, sexta-feira [29 de Janeiro], pelas 15h, para o cemitério de Góis. in http://www.rcarganil.com
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A Direcção da União Progressiva da Freguesia do Colmeal apresenta as mais sentidas condolências aos seus familiares.
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UPFC

Casa do Concelho de Góis

Direcção:
No princípio de mais um ano, a Direcção da Casa do Concelho de Góis fez um pequeno balanço da sua actividade do ano anterior e encontra-se satisfeita com as acções que teve, presenciou e apoiou.
Reunimos com regularidade, elaboramos alguns eventos, representamo-nos sempre que possível em encontros regionalistas e demos “vida” à Casa de todos os goienses em Lisboa, tendo desta forma dado o devido “sinal de vida”.
Como sempre, de segunda a sexta-feira entre as 20:30H e 22:30H encontra-se na Casa uma colaboradora que além de fazer a limpeza também pode fazer a marcação de reuniões e disponibiliza o acesso ao armário da correspondência das colectividades.
A Direcção está presente todos os sábados na Casa das 15:00H às 21:30H para receber todos quantos nos queiram visitar.
A Casa do Concelho de Góis, está e sempre esteve receptiva a disponibilizar as suas instalações para a realização de quaisquer eventos. Contacte-nos, temos um salão que prima pela versatilidade e dimensões invejáveis.
Queremos mudar! Estamos abertos a novas ideias mas para isso é necessário a presença dos nossos conterrâneos e amigos. Também precisamos de “sangue novo” mas fundamentalmente de ideias que sejam compatíveis entre o espírito regionalista e os novos/actuais estilos de vida para que possamos engrandecer, divulgar e promover grandiosa e merecidamente o nosso concelho.
Deixamos aqui uma mensagem aos mais novos:
O regionalismo não é coisa de velhos, é sim, uma forma gratificante e humilde de amar as nossas origens.
Faz-te sócio da Casa do Concelho de Góis!!!
Em Março, teremos a nossa Assembleia-Geral onde iremos submeter à apreciação dos nossos associados, um relatório onde apresentaremos a referida actividade e as contas. Em breve serão enviadas convocatórias e agradecemos desde já a presença de todos os sócios. Conselho Regional:
O Conselho Regional da Casa do Concelho de Góis reuniu com bastante frequência e empenho debatendo e propondo algumas iniciativas. Do trabalho feito por este órgão que agora terminará o seu mandato, destacamos a comemoração do 80º Aniversário do Regionalismo Goiense tendo-se realizado as festas das freguesias de Vila Nova do Ceira, Alvares, Colmeal, Cadafaz e Góis, esta última que fechou as ditas comemorações.
O Conselho Regional irá reunir em Plenário no próximo dia 20 de Fevereiro às 15:00 na Casa do Concelho de Góis com a seguinte ordem de trabalhos:
Análise e retrospectiva do mandato agora finalizado.
Linhas orientadoras para um próximo mandato.
Outros assuntos do interesse regional do Concelho de Góis.
Convêm relembrar que o Conselho Regional é composto também por todos os presidentes de Direcção das colectividades filiadas, daí a importância da presença de todos. Neste Plenário iremos tratar de assuntos de interesses mútuos para as agremiações e para a causa regionalista.
Também o Conselho Regional quer mudar e adaptar-se aos dias de hoje tendo já abordado assuntos bastante interessantes onde todas as faixas etárias se englobam, sendo eles de carácter regionalista, cultural e regional.
A Casa do Concelho de Góis agradece a atenção de todos.
O Secretário da Direcção da C.C.Góis Henrique Miguel Mendes

26 janeiro 2010

Festa do Bodo

Anteontem, dia 24 de Janeiro, mais uma vez se realizou no Colmeal, o Bodo em honra de S. Sebastião.
Este ano o Bodo pertencia à aldeia do Carvalhal, sendo o seu mordomo Leonel Nunes Henriques.
A cerimónia teve início às 9h 30m com a missa, bênção dos alimentos e procissão. Seguidamente procedeu-se à distribuição dos alimentos à população (pão e figos) e o convívio entre os presentes.
No convívio, havia para além do pão e dos figos, filhós, torresmos, chouriço, farinheira e alguns bolos, acompanhados por vinho branco e tinto e sumo.
Para o ano, a oferta do Bodo pertence à população do Colmeal, sendo o mordomo Carlos Manuel Fontes de Almeida.
Esperemos que muitas pessoas se associem a esta iniciativa e que seja mais um ano de sucesso. UPFC Delegação no Colmeal

Portugal dos Pequenitos há 70 anos a educar e a divertir

. O Portugal dos Pequenitos comemora este ano 70 anos. Inaugurado a 8 de Junho de 1940, este parque lúdico pedagógico é uma referência na cidade, no país e no mundo, fazendo parte das “memórias afetivas” de muitas e muitas gerações. Ao longo deste ano, novos desafios se abrem a este parque, que surge agora com uma imagem mais moderna e que pretende atrair cada vez mais famílias. Os 70 anos do Portugal dos Pequenitos vão ser assinalados ao longo de todo o ano. Apresentado na terça feira, na renovada Sala dos Capelos (réplica da Sala dos Capelos da Universidade de Coimbra), o programa festivo marca também uma “espécie de viragem” no parque que surge agora com uma imagem mais moderna. Com um “capital afetivo único”, o Portugal dos Pequenitos continua a ser “uma referência da meninice de muitos portugueses”. São essas vivências e essas memórias que a Fundação Bissaya Barreto (FBB) pretende reavivar agora, com as comemorações dos 70 anos da criação deste espaço, idealizado especialmente para as crianças mas que tem atraído pessoas de todas as idades, de todas as áreas do país e de vários do Mundo. Inaugurado a 8 de Junho de 1940, o Portugal dos Pequenitos prepara-se agora para novos desafios. “É preciso modernizar e tocar as crianças e famílias de hoje, sem romper com o passado, com as memórias, histórias e afetos”, sublinhou Ivo Pimentel, assessor do Parque, durante a apresentação do programa de promoção e animação dos 70 anos do Portugal dos Pequenitos. Assim, continua, “numa altura em que as crianças e jovens se estão a habituar a novas atrações e tecnologias é importante criar outros motivos para que as pessoas queiram vir ao Portugal dos Pequenitos”. Trazer as famílias ao parque durante todo o ano, principalmente aos fins de semana, é o grande desejo de Lúcia Monteiro, responsável pelo Portugal dos Pequenitos. Espera que o programa de animação torne este espaço ainda mais dinâmico, atrativo e moderno. Ao longo do ano, os visitantes terão possibilidade de conhecer, individualmente ou em visitas guiadas, o parque, percorrendo todo o vasto património que aí se encontra, desde as réplicas das casas tradicionais portuguesas aos monumentos que marcam a história do país e do Mundo. Podem conhecer também os museus do Traje e da Marinha; assistir a peças de teatro, a reconstituição de histórias e a momentos musicais; participar em vários ateliês e mostras etnográficas; entre outros eventos. Na primeira semana de cada mês, o Portugal dos Pequenitos vai abrir as portas à solidariedade, convidando as instituições a virem ao parque divulgar os seus trabalhos. A partir de agora, para além de um logótipo mais moderno, este parque lúdico pedagógico tem uma nova atração, com a abertura ao público, de forma permanente, da Sala dos Capelos, uma réplica perfeita da Sala dos Capelos da Universidade de Coimbra. Os responsáveis pelo parque estão a apostar na promoção do parque junto do público em geral e também junto das escolas, um público que já é muito habitual nos meses de verão. Para além de toda a programação habitual, de 1 a 10 de Julho, vai decorrer “A Festa dos Pequenitos” e, na época do Natal, de Dezembro até aos Reis, “O Natal dos Pequenitos”. 70 anos a atrair miúdos e graúdos Prosseguir o lema do professor Bissaia é o grande desejo da FBB. “Quisemos pôr as nossas crianças em contacto com o Portugal inteiro, num Mundo de realidades onde tudo é verdadeiro; quisemos que elas aprendessem a conhecer e a amar a nossa Terra; quisemos pôr-lhes diante, motivos nossos, que eduquem a sua sensibilidade, apurem o seu gosto, fortifiquem a sua inteligência”, escreveu um dia Bissaya Barreto, sobre este parque, onde é possível encontrar réplicas em miniatura do que temos no país e no Mundo. O Portugal dos Pequenitos, parque lúdico, pedagógico e turístico, para além de ser um espaço de aproximação de culturas e de cruzamento de povos é também uma mostra qualificada da arte escultórica e arquitetónica que, pela miniatura e minúcia, continuam a encantar pessoas de todas as idades. Idealizado por Bissaya Barreto e projetado pelo arquiteto Cassiano Branco, trata-se de um retrato vivo da portugalidade e da presença portuguesa no mundo, assumindo-se ainda, 70 anos depois, como um referencial histórico e pedagógico de muitas gerações. Construído por etapas, a primeira fase foi dedicada às casas regionais portuguesas, podendo agora apreciar-se, em miniaturas à escala, para os mais novos, as principais tipologias de casas tradicionais, de norte a sul do país, como o Solar do Minho, a Casa da Beira Litoral, a Casa de Évora, a Casa do Algarve, entre outras. Na mesma época, foi construído também o Conjunto de Coimbra, onde se encontram representados os principais monumentos da cidade, como o Páteo das Escolas da Universidade e a Sala dos Capelos. O Portugal Monumental foi construído já na década de 50, encontrando-se aí alguns dos mais característicos monumentos de norte a sul do país, como a Torre de Belém, o Mosteiro dos Jerónimos, o Castelo de Guimarães, o Mosteiro da Batalha, a Janela do Convento de Cristo em Tomar, a Torre dos Clérigos, a Casa dos Bicos, o Arco da Rua Augusta, o Teatro Nacional D. Maria, entre outros. Neste núcleo destacam-se ainda os museus do Traje, da Marinha e do Mobiliário. No início dos anos 60 foi terminada a terceira fase da construção, com a representação gráfica e etnográfica dos países de Expressão Portuguesa.
Zilda Monteiro
O Despertar de 15/01/2010

Senhor da Amargura

Aqui reproduzimos a "Licença para benção da Capella pública com a invocação do Senhor da Amargura, da fregª de Colmeal", datada de 31 de Julho de 1894. Do Espólio de Fernando Costa

Vale do Ceira – AQUI COLMEAL

O homem que projectou a União Progressiva para o futuro Dois meses volvidos após a fundação da União Progressiva da Freguesia do Colmeal, em 20 de Novembro de 1931 em face de alguns elementos directivos não colaborarem, não comparecerem às reuniões, nem justificarem as ausências, o presidente Joaquim Fontes de Almeida viu-se forçado a renunciar, apresentando a demissão. Decisão certamente difícil. Todavia, tudo aponta ter sido devidamente ponderado, eventualmente dialogando antecipadamente com personalidades já experientes nas coisas colectivas, avistando-se com conterrâneos e previamente assegurando a sucessão, para a novel agremiação regionalista não cair no vazio directivo. Nove dias ocorridos, e pacificamente, em 29 de Novembro tomou posse o segundo executivo da União Progressiva liderado por Manuel Nunes de Almeida, nascido na Malhada em 16 de Setembro de 1900, filho de António Nunes e Ana de Almeida. Pelo ambiente na colónia colmealense residente em Lisboa, maioritariamente radicada na Mouraria, que ainda não tinha absorvido as propagadas virtualidades do movimento regionalista, a Manuel Nunes de Almeida, e aparentemente, não se apresentavam muitas possibilidades de êxito. Porém, coadjuvado por homens tal como ele de rija têmpera e contrariando previsões menos optimistas, não só deu continuidade à União, firmando-a e credibilizando-a junto de outras agremiações congéneres e dos conterrâneos, como foram concretizados dois benefícios de grande importância no sentido da melhoria social dos residentes nas nossas aldeias. Qualquer natural da freguesia, residente na capital ou em qualquer outra localidade do país, para enviar dinheiro a um seu familiar tinha de efectuar a remessa por intermédio dos correios, essa a única forma existente. Todavia, o destinatário para levantar o chamado “valor declarado” tinha de se deslocar à sede concelhia e por montes e vales palmilhar 30 quilómetros (ida e volta), fosse o escaldante Verão ou o rigoroso Inverno da Serra. Certamente Manuel Nunes de Almeida muitos passos deu, inúmeros contactos efectuou de repartição em repartição, mas finalmente em 8 de Julho de 1932, a ordem de serviço nº 196 dos CTT, determinava “que seja ampliado o serviço de valores declarados à estação do Colmeal”. Tal como noutros cursos de água a travessia do ribeiro do Soito era efectuada através de pontão de tábuas de pinho, cujo estado de podridão representava um perigo para a integridade física dos utentes. Os naturais do Soito mobilizando-se, pensaram na substituição mas os fundos económicos não eram animadores e delegando em natural da aldeia foi a problemática apresentada de viva voz à direcção da União Progressiva. O presidente Manuel Nunes de Almeida que conhecia o trajecto como as suas mãos, o qual era também utilizado pelos residentes na Malhada, Foz da Cova e Carrimá, pelo menos para se deslocarem à sede de freguesia para assistirem à celebração da missa dominical, em reunião de direcção, analisado o assunto com a profundidade indispensável, foi deliberado construir-se a ponte em pedra com largura suficiente para o trânsito de carros de bois e carroças que orçou em 5.836$00, integralmente suportados pela agremiação, cujo montante representa hoje umas largas centenas de contos. O empreendimento foi, pois, a primeira obra material. Como tal, um marco histórico na vida da colectividade. Na nossa opinião, após madura análise e anos de meditação ao passado longínquo, consideramos o malhadense Manuel Nunes de Almeida, o dirigente da transição regionalista, do passar das palavras aos actos, o homem que contribuiu decisivamente para projectar a União Progressiva no futuro, o qual faleceu em 7 de Março de 1946, na freguesia do Socorro, em Lisboa. 10 de Abril de 1999
FERNANDO COSTA
Referências bibliográficas: O Colmeal, nºs 55, 112, 117 e 175; Assento de Baptismo, Conservatória do Registo Civil de Góis, no qual está averbado o passamento. in “O Varzeense”, N.º 310, de Junho de 1999 Do espólio de Fernando Costa

Clube de Contadores de Histórias (XV)

As hastes do veado vaidoso
Era uma vez um veado que tinha em grande apreço as suas hastes recortadas, que lhe davam à cabeça um ar de majestade. Quando ia dessedentar-se no lago, tanto bebia como se mirava. — Que gloriosos chifres os meus! Nenhum animal de cornos os tem tão formosos. Em contrapartida, as patas delgadinhas desgostavam-no. Debruçado para a água, comparava-as com a volumosa e artística cornadura, e dizia: — As minhas pernas estão desproporcionadas com os extremos do meu corpo. Não fossem elas assim tão estreitas e eu seria o mais elegante dos animais. Nisto, o veado ouviu, não longe, o uivo de trompas de caça. Ele sabia o que aquela música significava. Fugiu. Caçadores a cavalo perseguiram-no. Corriam os cavalos a galope e corria o veado, com quantas pernas tinha. Ágeis, as pernas, no arremesso do medo, saltavam barrancos, venciam precipícios, quase voavam. O veado só pedia que o vigor das pernas não o abandonasse. Mas, num túnel de ramos, os galhos do veado embaraçaram-se nos troncos e suspenderam--lhe a corrida. Já se aproximavam os cavaleiros. Os belos chifres estavam a deitá-lo a perder. Sentindo-se perdido, o veado deu um sacão ao corpo e metade de um chifre, que estava preso, partiu-se. Deixá-lo. O veado livrou-se. As pernas retomaram a fogosa carreira da salvação e o veado conseguiu escapar dos caçadores. Já livre de perigo, o veado pôs-se a pensar no que lhe sucedera. As pernas, que ele há pouco desprezava, tinham-no salvo. As hastes da sua vaidade por pouco que não o atraiçoavam.
António Torrado www.historiadodia.pt
O Clube de Contadores de Histórias Biblioteca da Escola Secundária Daniel Faria - Baltar

19 janeiro 2010

Igreja do Colmeal - reabilitação

. "Faz no dia 16 de Novembro do ano corrente quatrocentos anos que o Colmeal foi elevado a freguesia pelo então Bispo de Coimbra D. João Soares. Até essa data dependia do Senhorio e paróquia de Góis. Não sabemos a data certa da igreja paroquial. Sabemos que foi levantada no mesmo local onde existia uma antiga capela dedicada a S. Sebastião, que ficou a ser o orago da freguesia. Embora de modestas proporções, está contudo edificada numa pequena colina em frente ao Colmeal, num lugar tão agradável e airoso que permite ser vista mesmo dos pontos mais distantes da freguesia. A sua construção é de xisto da região; tem a torre do lado direito, cujos dois sinos foram fabricados em Cantanhede por Sebastião Sorrilha, respectivamente nos anos de 1836 e 1855. Tem quatro altares, incluindo o da capela de São José, de construção posterior à da igreja. A imagem mais antiga é a de São Sebastião, feita de pedra e em estilo gótico. A freguesia do Colmeal, se bem que modestamente, não pode deixar despercebida uma data muito importante. Vamos ver se conseguimos perpetuar o quadringentésimo ano da fundação da freguesia com alguns melhoramentos na nossa igreja."
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in Boletim "O Colmeal" Nº 1 de 15 de Fevereiro de 1960 "Para perpetuar esta data tão singular para todos nós, foi inaugurado um sino na torre da igreja, o qual importou em 4.158$80 e foi adquirido por uma subscrição iniciada em Maio passado, pelo nosso jornal. ... Como tivemos já ocasião de observar, todos os melhoramentos efectuados na nossa igreja, nomeadamente o douramento do altar, arranjo das sacristias, compra de alfaias, etc., foram integrados nestas comemorações." .
in Boletim "O Colmeal" Nº 11 de 15 de Dezembro de 1960
Estamos a caminho dos quatrocentos e cinquenta anos. Algumas beneficiações foram entretanto realizadas nestas cinco décadas mas muitas mais há a fazer. No passado mês de Agosto, aquando das Festas de Verão, os mais atentos aperceberam-se de que algo está a ser feito. A maqueta esteve exposta no adro da igreja, próximo da entrada para a Sacristia, e, um quadro evidenciava pormenores do que se pretende levar a efeito. Todos nós sabemos que qualquer obra que se queira executar está sujeita a um conjunto de procedimentos em que a burocracia tem um peso elevado. Também todos sabemos que os Colmealenses nunca se furtaram a colaborar quando para isso são solicitados. Veja-se o que transcrevemos acima, para a compra de um novo sino. Olhemos para a Casa da Residência Paroquial, para o Centro Paroquial Padre Anselmo, para os Balneários da Ponte. Estes três exemplos são bem a prova provada que os Colmealenses estão sempre dispostos e disponíveis para dizer SIM quando é preciso. E as colectividades regionalistas sempre estiveram e continuarão a estar na primeira linha em tudo quanto possa beneficiar as nossas aldeias e os seus residentes. Ninguém gosta de ver a nossa igreja no estado em que ela está. Vamos acreditar que no 450º aniversário a reabilitação da Igreja Paroquial da Freguesia do Colmeal vai ser uma realidade! A. Domingos Santos
Fotos de Francisco Silva

17 janeiro 2010

A igreja está mais bonita

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Já acabaram as obras de restauração da igreja, o telhado foi mudado e foram pintadas as fachadas exteriores. A igreja ficou muito bonita, parece mais imponente. Deixo aqui algumas fotos:
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. Paula Santa Cruz

in http://cadafaz-gois.blogspot.com/

ARGANIL - Governo escolhe "solução 1" para traçado da EN 342

Das três possibilidades “sobre a mesa”, foi a “Solução1” que mereceu a assinatura do secretário de Estado do Ambiente. Com efeito, apesar de apresentar «condicionantes» e exigir «medidas de minimização», o governante emitiu a Declaração de Impacte Ambiental favorável. Em causa está o traçado da Estrada Nacional 342 (EN 342), que vai garantir a ligação Lousã – Góis – Arganil, neste último concelho. A decisão do secretário de Estado aponta para o traçado que se desenvolve mais a Norte, atravessando a freguesia de Pombeiro da Beira, com um nó de ligação em Casal de Frade, cruzando a EN 342-4 Arganil /Sarzedo, nas Carvalhas de São Pedro, onde será construído um nó de ligação. O projecto envolve ainda a construção de duas novas travessias sobre o rio Alva e ainda dois nós, a localizar antes do nó de Coja, nas zonas de Fontão e Machorro. Numa nota de imprensa ontem emitida, a Câmara Municipal de Arganil manifesta «o seu regozijo pela decisão do Governo», considerando que a emissão da Declaração de Impacte Ambiental constitui «um passo decisivo para a construção de uma via estratégica para o desenvolvimento de toda a região». Aliás, a solução vem de alguma forma ao encontro da proposta defendida pela autarquia, que apontava, como traçado “ideal”, para um conjugação entre a “solução1 e a solução 2. Ou seja, após a saída da vila de Góis, entre o quilómetro 16 e o quilómetro 25,5, a autarquia via com “bons olhos” a “solução1”, uma vez que «permite “desencravar” uma das freguesias mais populosas do concelho, Pombeiro da Beira, aproximando-a da sede do concelho», além de que o traçado «se desenvolve num terreno menos acentuado em termos de relevo». Já no que concerne à travessia de Arganil, que a edilidade entende assumir «alguma complexidade», a hipótese defendida dada a conhecer à tutela, passava pela “Solução2”, entre os quilómetros 25,225 e 28, com «os nós junto ao posto da GNR e Zona de Vale de Zebras, atravessando a EN 342-4 (Arganil-Sarzedo) junto ao cruzamento para a Alagoa, seguindo depois em direcção a Coja», com um traçado integralmente construído no concelho de Arganil. Desta forma seria possível, no entender da autarquia, «aproximar Coja de Arganil». A Câmara de Arganil salvaguardou sempre que a sua posição não era vinculativa e que a decisão era da competência do secretário de Estado do Ambiente. Independentemente disso, também fez questão de sublinhar que «a nova EN342 é demasiado importante para o nosso desenvolvimento, sendo por isso desejável que avance rapidamente, independentemente do traçado que vier a ser escolhido». Câmara vai acompanhar processo
A escolha não constitui, de resto, qualquer surpresa, uma vez que durante o processo de discussão pública da Avaliação de Impacte Ambiental sempre foi considerada a hipótese com menor impacte. Isso mesmo foi referido num fórum dinamizado por um grupo de arganilenses, realizado na semana passada, onde o assunto foi “escalpelizado” ao pormenor. Todavia, a conclusão final apontava num único sentido: «seja qual foi o traçado escolhido pela tutela, o importante é que a nova EN 342 avance». Em causa está, de resto, uma via considerada estruturante para o interior da região, garantindo uma ligação célere entre os concelhos da Lousã, Góis e Arganil, garantindo a ligação ao IC6. Trata-se de uma via que faz parte da Concessão do Pinhal Interior, adjudicada na semana passada, em Ansião, pelo primeiro-ministro. De acordo com a nota de Imprensa da Câmara de Arganil, o estudo prévio daquele traçado avança agora para projecto de execução, «processo que a Câmara Municipal acompanhará com a maior atenção, assumindo o compromisso de partilhar com os munícipes toda a informação disponível, de modo a optimizar o traçado escolhido». .
Manuela Ventura
in Diário de Coimbra de 16/1/2010

16 janeiro 2010

Um pequeno, mas importante esclarecimento

. Quem ler acta da reunião da CM Góis, do passado dia 2009/12/09 (vd. http://www.cm-gois.pt e última edição do Varzeense) depara-se com uma polémica acerca de uma alegada “praia fluvial do Soito”, com a qual nada temos a ver, mas que serviu de arma de arremesso político, com o senhor vereador da oposição a acusar a actual presidente, Drª. Lurdes Castanheira, por em sua opinião, a referida praia corresponder ao pagamento de favores políticos.
Conforme parece ter ficado esclarecido na referida reunião, a ideia de uma praia fluvial no Soito, foi avançada por uma técnica daquele município no âmbito da formulação de propostas para o orçamento municipal de 2010 e plano anual de investimentos para o período de 2010/2012. Segundo a referida técnica, a ideia desta praia fluvial surgiu na perspectiva que em determinada altura se colocou, mas que nunca se concretizou, da aldeia do Soito poder vir a integrar a rede das “aldeias de xisto”.
Ficou assim confirmado que tal investimento nunca foi uma reivindicação desta Comissão de Melhoramentos e muito menos em tempo de campanha eleitoral, até porque, em termos de investimentos públicos existem necessidades mais básicas por resolver, como são a renovação da rede pública de água, ou mesmo o saneamento básico.
Também entendemos que a fazer-se uma praia fluvial digna desse nome na nossa freguesia, ela deve ser na zona do Colmeal, pelo facto de ser a que tem maior centralidade relativamente ao conjunto das aldeias.
Acresce que para além da indevida utilização política de um caso que nasceu na estrutura técnica da autarquia, choca também o facto do mesmo vereador afirmar que a referida praia (que nunca pedimos) seria inviável no Soito pelo facto de se situar numa ribeira com pouca água, revelando que, não obstante já exercer aquelas funções há mais de 8 anos, desconhece que a aldeia do Soito fica equidistante da dita ribeira e do Rio Ceira, que aliás entra no Concelho de Góis por terras do Soito.
António Duarte

Freguesia do Colmeal

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Da acta da reunião ordinária da Câmara Municipal de Góis, realizada no passado dia 9 de Dezembro de 2009, no Auditório da Biblioteca Municipal, transcrevemos o ponto 3.7 na parte respeitante à freguesia do Colmeal. 3.7 – DOCUMENTOS PREVISIONAIS PARA O ANO FINANCEIRO DE 2010 (ORÇAMENTO E GRANDES OPÇÕES DO PLANO E MAPA DE PESSOAL) Foram presentes os documentos previsionais para o ano financeiro de 2010 – Orçamento e Grandes Opções do Plano e Mapa de Pessoal, cuja cópia fiel fica a constituir o Anexo IV da presente Acta. A senhora Presidente da Câmara Municipal informou, que no âmbito das atribuições que são conferidas pela Lei nº 169/99, de 18 de Setembro, alterada pela Lei nº 5-A/02, de 11 de Janeiro, cabe à Câmara Municipal a responsabilidade pela elaboração das Grandes Opções do Plano (GOP) e do Orçamento e submetê-los à aprovação da Assembleia Municipal. Mais informou, que as Grandes Opções do Plano e o Orçamento constituem-se como instrumentos estratégicos para a acção a desempenhar pela Câmara Municipal durante o ano a que dizem respeito, devendo traduzir um princípio de planeamento que sustente a política adoptada pelo Executivo Municipal, conferindo coerência às opções de gestão, e que seja capaz de adaptar aos novos desafios e oportunidades que vão surgindo ao longo do ano e ao longo do Mandato. Os documentos que o novo Executivo Municipal apresenta, dizem respeito ao ano de 2010 e retratam o conjunto de investimentos que se pretendem desenvolver ao longo desse período e seguintes, bem como a demonstração da sustentabilidade financeira que vai suportar a intervenção proposta, particularmente no que concerne às receitas e despesas, no respeito pelo princípio do equilíbrio financeiro. Informou ainda, que na elaboração das linhas gerais que irão nortear a acção municipal em 2010, foram tidos em conta critérios de ponderação e de rigor, sendo certo que a prática efectiva de princípios de verdade, integridade, transparência e competência, assumem uma importância decisiva no desempenho das nossas funções. É com base nesses princípios que temos a responsabilidade de assumir os compromissos que derivam do exercício do Mandato anterior, no pressuposto de que a Câmara Municipal de Góis é uma Entidade de bem e no pleno respeito pelos prestadores de serviços e das populações. Neste contexto, informou que há um conjunto de compromissos que transitam para 2010 e que há partida comprometem mais de três milhões e meio de euros, o orçamento ora apresentado. … O actual Executivo pretende investir em todas as freguesias, numa perspectiva de transversalidade do desenvolvimento e nesse contexto regista a necessidade de, na freguesia do Colmeal apostar numa infra-estrutura de apoio à Pesca e Caça, de forma a promover estas potencialidades, endógenas e, ao mesmo tempo, promover o turismo. Nesta matéria, reconheceu que se impõe uma nova postura no que concerne à criação de condições de atracção de novos investidores na área do Turismo e, ao mesmo tempo, dar maior visibilidade e promoção das infra-estruturas já existentes. A senhora Presidente referiu que o actual Executivo tem consciência que há muitos investimentos e projectos que só são exequíveis se forem objecto de parcerias e de contratualização quer com as Juntas de Freguesia, quer com as Entidades de direito privado… Usou da palavra o senhor Vereador Diamantino Jorge Simões Garcia… Referiu ainda, que não compreende a não ser enquanto promessa eleitoral, o investimento numa Praia Fluvial no Soito, com um custo de 250.000€, uma vez que é seu entendimento que não se justifica no Soito uma Praia Fluvial, numa ribeira incipiente quanto ao nível de água, quando existe uma Praia Fluvial no Colmeal que necessita ser objecto de requalificação. … A senhora Presidente da Câmara Municipal… mais referiu, que quando o senhor Vereador Diamantino Jorge Simões Garcia afirma que neste Plano estão patentes pagamento de promessas eleitorais, como é o caso da construção da Praia Fluvial do Soito, na freguesia de Colmeal, deve estar a referir-se não a este Executivo, mas sim à Eng.ª Maria de Lurdes Rodrigues, porquanto foi a Técnica da Divisão de Obras, Urbanismo e Ambiente quem apresentou esta proposta no âmbito das obras referenciadas pelo PROVERE, tal como apresentou o Projecto Loural Village… … Interveio a senhora Vereadora Maria Helena Antunes Barata Moniz que informou que relativamente à Praia Fluvial do Soito, havia a intenção de integrar a aldeia do Soito na Rede das Aldeias de Xisto, pelo que desconhece qualquer projecto relativo a este assunto. O senhor Vereador Diamantino Jorge Simões Garcia referiu que é do seu conhecimento a existência de algumas candidaturas particulares nesse sentido, as quais tiveram o apoio da Câmara Municipal, não tendo conhecimento de qualquer candidatura ainda que a título particular de qualquer projecto para a Praia Fluvial do Soito. A senhora Presidente da Câmara referiu que os documentos Previsionais em análise, são documentos abertos, dinâmicos e susceptíveis de alterações em função das necessidades, podendo as obras previstas serem melhor ajustadas à realidade e em função dos meios financeiros… A Câmara tomou conhecimento e deliberou por maioria, com três votos a favor e duas abstenções, do senhor Vereador Diamantino Jorge Simões Garcia e da senhora Vereadora Maria Helena Antunes Barata Moniz, aprovar os Documentos previsionais para o Ano Financeiro de 2010 – Orçamento e Grandes Opções do Plano e Mapa de Pessoal. Mais deliberou por maioria remeter os presentes documentos para a Assembleia Municipal para aprovação. in Jornal “O Varzeense” Nº 526, de 30 de Dezembro de 2009

O "nosso" Ceira

Fotos de Artur da Fonte

Vale do Ceira – AQUI COLMEAL

. MOINHO DE RODÍZIO – Peça da «arqueologia» goiense
A alusão mais antiga que se conhece ao moinho de água encontra-se num pequeno poema de Antipatros de Salónica, cuja datação é desconhecida, mas que se presume ser de 85 a. C. O moinho de água, de roda horizontal (rodízio) é originário das zonas montanhosas da Grécia, supondo-se que foram introduzidos pelos Romanos, quando da ocupação, porque foram encontradas várias mós perto de Conimbriga. Além do mais, segundo alguns historiadores os Visigodos, no século V, já os consideravam de uso vulgar na Península. De facto, o moinho de rodízio não só subsistiu em plena actividade com uma larguíssima difusão, mormente nas zonas rurais, como a nossa, como era o mais usual, em número muito superior ao das azenhas. A título de curiosidade: por volta de 1968, de cerca de 10 000 ainda em funcionamento no país, cerca de 3 000 eram de vento, e de cerca de 7 000 movidos a água, uns 5 000 provavelmente eram de rodízio. Tudo isto nos faz pensar no trabalho havido na construção de açudes, levadas e moinhos, e na sua constante manutenção; um profícuo saber especializado que não se aprendia nas escolas nem nos livros, mas sim na experiência própria e das gerações passadas. Os pequenos moinhos de rodízio, e lembrando-nos do da Quinta, pertenciam às comunidades e eram explorados em bases cooperativas, usados à vez por cada família, dum tanto em tanto tempo, ora de noite ora de dia. Não dispomos de elementos que permitam situar exactamente a data da construção do moinho comunitário do Colmeal. No entanto, isso sabemos, no «Foral que Gonçalo Vasques Senhor de Gões deo a Villa em Coimbra» em 5 de Janeiro de 1352 (ano de Cristo de 1314) se dizia: «no colmial (…) se fizeram os moinhos no Ribeiro devê dar o quarto da Maquia e se os fizerem no rio devem dar o terço». Hoje, os velhos moinhos movidos pelos agentes naturais acabaram ou pelo menos estão feridos de morte, porque faziam parte de um sistema tecnológico, económico e social que deixou de constituir resposta adequada às condições do mundo presente; além das causas gerais que explicam esta mutação, a ruptura do modelo da sociedade campesina, com os seus valores tradicionais, a casa, a terra, a agricultura. O moinho da Quinta, no qual muitos colmealenses possuem alguns avós talvez sem o saberem, não fugiu à regra: encontra-se desactivado há anos, tocado de morte, em degradação. No entanto, ainda é possível e desejável a sua recuperação, pelo menos como «museu» para mostrar aos vindouros e forasteiros algo de um passado muito distante. Logicamente, não vamos especular se o moinho foi ou não construído no século XIV, mas apelamos à boa vontade da família colmealense e da Autarquia Concelhia para não deixar perder mais esta peça da «arqueologia» goiense. BIBLIOGRAFIA: - Sistemas de Moagem, I.N.I.C.; Arquivo Histórico de Góis, Mário Paredes Ramos.
FERNANDO COSTA
in “O Varzeense”, N.º 174, de 15 de Março de 1987

Freguesia do Colmeal (História) XIII

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PASSADO – PRESENTE Capítulo XIII
RECONHECIMENTO que fez o Rev. António Joaquim Ramalho, cura da Igreja de S. Sebastião do Colmeal (1) VEDORIA da Igreja de S. Sebastião do Colmeal (2) «Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil setecentos sessenta e nove annos e aos vinte e seis dias do mes de Novembro do dito anno neste lugar do Colmeal e termo da Villa de Goes, Cazas de Residencia do Rev.do António Joaquim Ramalho cura da Igreja de Sam Sebastião da freguesia do dito lugar onde foi vindo o Doutor José de Macedo Ferreira Pinto juiz deste Tombo E logo sendo ahi presente o dito Reverendo Parrocho por ele foi dito: Que ele reconhecia ao Excelentissimo Marques de Abrantes como Senhor do Morgado de Goes por Padroeiro in sollidum da Igreja da dita Freguesia o qual Padroado de Illustre e secular; e que quanto a Apresentação será e tem sido sempre segundo a tradição tanto elle como seus Antecessores apresentando annualmente pelo Reverendo Vigário da Igreja Matriz da Villa de Goes e com consentimento dos Beneficiados dela. E por esta maneira ouve elle dito Cura o seu reconhecimento por efeito que asignou como o dito Juiz do Tombo o que a tudo forão testemunhas presentes José Marques de Almeida e Antonio Nogueira de Figueiredo da dita Villa de Goes que tambem aqui asignarão. Eu Antonio de Figueiredo Serra Escrivão do Foral da dita Villa e que tambem sirvo deste Tombo no impedimento que a escrevi e asignei».
Padre An.tº Joaquim Ramalho Antonio de Figueiredo Serra Jose Almeida Marques Manoel… An.tº Nog.rª de Fig. «E logo no mesmo dia, mes e anno retro declarado e no lugar do Colmeal que é termo da Villa de Goes, a Igreja Matriz dela aonde se achava o Doutor José de Macedo Ferreira Pinto Juiz deste Tombo, e o Reverendo Cura Antonio Joaquim Ramalho ali pelo dito Parrocho forão declarados e mostrados os bens pertencentes a Fabricaa da dita Igreja e ao Excelentissimo Marques de Abrantes assim como as casas de Residência (3) e Pasais o que tudo declarado debaixo de Juramento pela maneira seguinte. E logo a requerimento do Excelentissimo Marques de Abrantes forão citados os confrontantes pelo ass digo pelo Alcaide do Juizo da Villa de Goes José Marques de Almeida que dera a sua fac… (4). Citara aos outros restantes abaixo declarados nas mesmas confrontações e aí para no dia doje virem fazer a dita Vedoria medição e confrontação pelos louvados deste Tombo e que todos no dela asignarão E a seguinte: Está a Igreja citada fora do lugar no arrabalde dela (5) E o Adro della medido de Nassente a Poente que na parte Norte confrontando com Domingos de Almeida deste lugar tem vinte e quatro varas (6). E pelo Poente confrontando com fazenda de Manoel Luz, ou seus Erdeiros, Manoel Braz de Oliveira do mesmo lugar tem catorze varas E do lado Sul confrontando com Simão Braz de Aldeia Velha ou… (7) a dele tem vinte e quatro varas E do Nascente confrontando com fazenda de Luiz Francisco tem dezassete varas e meia. Dentro desta medição está a Igreja Matriz da dita Freguesia que tem a porta principal para poente, outras para o Norte; e tem aquela dita por Parte do Norte a Capela mor de comprimento dez varas e o mesmo tem aquela parte do Sul, e o mesmo pela parte do Nascente, para onde fica a tribuna dela e tem a sua sacristia para a parte do Norte que tem de comprimento pela dita parte do Poente tres varas para cada parte (8) Tem o Corpo da Igreja de comprimento pela parte do Norte treze varas e meia e o mesmo tem pela parte do Sul e de largura pela parte do Poente sete varas e meia». (1) Biblioteca Municipal da Figueira da Foz – Tombo dos Moragados / da Exma. caza / de Abrantes / Pertencentes / a / Goez, e a Selaviza, folhas 663. (2) Idem, folhas 664. (3) A primitiva residencia Paroquial ficava situada ao «Porral». Presentemente encontra-se em ruínas. (4) No original não encontrámos a continuação. (5) Nesta época estava a Igreja «Cituada fora do lugar no arrabalde dela». Como facilmente se deduz não existiam os bairros da Eira, Estreitinho, Cruz da Rua, etc. A evolução tinha-se verificado para norte, ou seja, Canto e Centro da Povoação. (6) Antiga medida, equivalente a 1,10 metros. (7) Apresentou-se-nos ininteligível a palavra manuscrita no original. (8) A Torre Sineira é de construção mais recente, porque de contrário, não teria «tres varas para cada parte». in Boletim “O Colmeal” Nº 112, Julho de 1971

13 janeiro 2010

Aldeia Velha

. Ficas no alto da serra Cercada de pinheirais, Para todos terra querida Não sei que te dizer mais. Tão formosa e tão bonita Com teu ar sereno e leve És a primeira no Inverno A ser beijada p’la neve. No teu local adorado Tendo sempre a primazia Estás sempre de sentinela P’ra guardar a freguesia. Não há na redondeza Terra tão hospitaleira Tendo sempre o lume aceso Dentro de cada lareira. Os teus filhos mais distantes Não cansam de te adorar Esperando a melhor hora Para te vir visitar. Aldeia Velha é bonita Para o turista admirar Com as suas tradições De toda a gente encantar. Casas cobertas de colmo Com paredes de granito Enfeitam com muito orgulho Este lugar tão catito. Senhora do Livramento Que estás no teu altar Vai pedindo p’ra teus filhos Saúde, graça e bem-estar. Aldeia Velha e Porto-Chão Com os Coiços e o Loural Formam o aglomerado Mais lindo de Portugal. Autor não identificado In Boletim “O Colmeal” Nº 82, de Junho de 1967 Arquivo da UPFC

7 MARAVILHAS NATURAIS

Penedos de Góis e Vale do Ceira entre os nomeados O Vale do Ceira e os Penedos de Góis foram os monumentos naturais escolhidos pelo município para uma candidatura às “7 Maravilhas Naturais de Portugal”. Uma escolha feita em boa hora, uma vez que estes dois ex-libris “passaram” a primeira fase de candidatura. Satisfeita com esta “aceitação”, a presidente da Câmara de Góis sublinha o objectivo primordial da candidatura, ou seja, «promover o concelho de Góis e as suas potencialidades naturais». Lurdes Castanheira refere a grande riqueza, em termos naturais do concelho, «bafejado pela mãe-natureza», mas destaca em especial o Vale do Ceira e os Penedos de Góis. «Tivemos de fazer uma escolha e recaiu sobre estas duas “maravilhas”», adianta. Sem esconder o seu «orgulho por termos passado a primeira fase», particularmente tendo em linha de conta «que concorremos com mais de 300 candidaturas de todo o território nacional», Lurdes Castanheira afirma a sua vontade de continuar na “corrida” e de, no próximo mês de Fevereiro, passar a integrar os 77 candidatos seleccionados. Todavia, reconhece que o desafio é enorme, «mas não impossível», uma vez que «já passámos pelo primeiro crivo». Lurdes Castanheira faz questão, de resto, de sublinhar o envolvimento que esta candidatura gerou, dentro e fora de portas da Câmara, contando com a colaboração muito próxima de um «conjunto de pessoas que conhecem muito bem o nosso património natural». Destaque especial merecem-lhe Filipe Carvalho, adjunto da presidência da autarquia, bem como de Paulo Silva, da empresa Transserrano. Independentemente do desfecho que o concurso para a eleição das 7 Maravilhas Naturais de Portugal possa ter no que se refere à candidatura dos Penedos de Góis e do Vale do Ceira, Lurdes Castanheira quer firmar e dar a conhecer este património único. Recorda, a propósito, que um dos seus objectivos, ainda enquanto candidata à Câmara de Góis, foi efectivamente a candidatura destes ex-libris «a património nacional ou ao nível da Unesco», uma vez que «é um património único, ao qual ainda não foi ainda atribuído o valor que merece nem reconhecida a sua imensa riqueza». Significa pois, de acordo com a autarca, que este concurso se “encaixou” perfeitamente naquilo que são os objectivos da Câmara de Góis, apresentando--se como que uma primeira fase ou uma experiência pioneira para “voos mais altos” que Lurdes Castanheira está empenhada em empreender, no sentido de obter o justo reconhecimento deste património. Apesar de reconhecer a «pouca projecção» que o concelho de Góis possa ter a nível nacional, Lurdes Castanheira acredita que todo o território vai estar, em termos de concurso, em igualdade de circunstâncias com todos os outros e assume que «gostaríamos muito que uma das nossa candidaturas fosse eleita como uma das 7 Maravilhas de Portugal». Mas «se isso não acontecer, vamos avançar com outras processos de candidatura», adianta, garantindo que «não vamos deixar passar em branco qualquer oportunidade». Com a garra que lhe é característica, Lurdes Castanheira afirma que «temos de ser ambiciosos, sem ambição não há desenvolvimento».
Referências ímpares
A presidente da Câmara de Góis refere ainda, a propósito dos Penedos de Góis, o facto de se tratar de um «monumento sem qualquer intervenção humana», que, de resto, tem sido preservado da proximidade de torres eólicas. Trata-se, defende, de «um dos mais soberbos miradouros naturais da região Centro», que no seu ponto mais alto atinge uma cota de 1.043 metros de altitude. Aponta ainda a riqueza que rodeia este afloramento quartzítico do período do Ordovício, quer em termos de flora, quer de fauna, características da Serra da Lousã, que integra a Rede Natura 2000. Faz ainda notar que se trata de um monumento que, pelas suas especificidades em termos geomorfológicos, tem atraído investigadores de várias universidades. Relativamente ao Vale do Ceira, Lurdes Castanheira refere que em causa está um «vale encantado», que retrata uma «paisagem idílica», repleta de elementos de grande riqueza e biodiversidade, cujas águas cristalinas são uma «referência ímpar». Uma zona onde o «homem sempre viveu em total harmonia com a natureza» e que constitui, adianta, «um valor histórico, cultural e etnográfico das gentes que aqui se estabeleceram, abraçando o modo de vida dos seus antepassados, vivendo em consonância com a natureza e dela subsistindo». .
Manuela Ventura
in Diário de Coimbra de 13/01/2010