28 abril 2009

VALE DO CEIRA – AQUI COLMEAL

Progresso, progresso e só progresso: Tema dominante da Juventude Colmealense Numa época, em que o progresso é o problema dominante de todas as conversas, e em que se procura levar aos pequenos meios o significado da palavra «progresso», porque não tentarmos fazer progresso, dando ideias novas, e não nos limitarmos a dizer que ele existe ou deixa de existir? Se vivemos na convicção de que as condições de existência da nossa época conferem aos problemas, quaisquer que eles sejam, dimensões que ultrapassam, muitas vezes, o meio restrito a que dizem respeito, para os projectar, com todas as consequências, nos mais variados ambientes da região, senão até um pouco mais longe, parece lógico não nos conformarmos só com ideias. Se bem temos visto é assim, por exemplo, que devemos falar do Colmeal, simpática e conhecida povoação serrana, rica em belezas naturais, com o grande atractivo do rio Ceira, que corre lá no fundo do Vale, deixando atrás de si belos sons melancólicos que se soltam da ingenuidade das suas águas. Ao falarmos desta terra verde, que tivemos oportunidade de conhecer, em virtude da propaganda que os seus filhos dela fazem, reparámos exactamente que o seu rio, além da beleza que empresta à povoação, constitui um agradável e sonhador local para banho, que ele proporciona aos visitantes e à juventude que ali se refugiam na fuga do ar poluído da cidade, sem exigências nem marés perigosas. Deste modo, ali acorrem, diariamente no verão, jovens e forasteiros à procura desses momentos de descontracção saudável e cheia de bucolismo. E, ao recordarmos o facto, pensamos então que se poderiam fazer ali mais uns quantos benefícios que, além de serem de grande utilidade, tornariam a paisagem mais formosa e agradável. Assim, na zona do banho, nomeadamente na ponte, em frente aos balneários, poderiam fazer-se uns muros ao longo das margens, aproveitando-se o melhor troço do rio, numa extensão aproximadamente de vinte e cinco metros, dando-lhe, desta forma, melhores condições e um verdadeiro aspecto de piscina, tal como o rio ali se apresenta. Idealizando já este melhoramento e, para os balneários, verifica-se que outro empreendimento se poderia fazer: construir-se ao lado do que está feito, uma pequena esplanada, simples, adequada ao local, com umas tantas cadeiras e mesas, onde se vendessem alguns refrigerantes, tanto para os mais idosos (banhistas ou não) como para os jovens, afim de se refrescarem enquanto passavam os seus momentos cavaqueando, jogando ou desfrutando o belo panorama que dali se avista e a coloração dos raios solares a que nos expomos, ao sair da água. Será pretender-se muito. Mas, porque não se haveria de construir, também ao longo da estrada de acesso aos balneários, um muro de resguardo? Julgamos ter uma noção das dificuldades de programação e até de execução de qualquer empreendimento, na serra, na medida em que apresentam forçosamente, implicações de ordem técnica. Sabemos ainda que se torna necessário contar hoje em dia não só com as exigências técnicas mas também com a questão económica. Ora, exactamente por possuirmos essas noções, é que convém esclarecer-se que não é necessário qualquer catedrático para a sua construção. Por outro lado, economicamente poucos milhares de escudos resolveriam esta questão, que poderia no futuro, dar ao Colmeal uma outra valorização. O problema não é, pois, difícil, desde que continue a verificar-se a iniciativa que os colmealenses sempre têm demonstrado saber aproveitar em tudo quanto diga respeito ao progresso da sua terra. Para bom entendedor meia palavra basta… Por isso, depois dos melhoramentos que têm renovado a face do Colmeal, urge que se façam outros em complemento daqueles. E assim estes e outros (e voltamos a lembrar o Parque de Campismo) dariam mais encanto à nossa terra tornando-a mais atraente para todos. Aqui fica a ideia. Esperamos agora que ela deixe de ser um sonho para passar à realidade, para bem de todos, sobretudo, para bem do progresso do Colmeal, aldeia que reúne em si recantos de tanta beleza. Às autarquias competentes (União Progressiva e Junta de Freguesia) cabe agora a apreciação e concretização, se assim o entenderem, destes idealizados melhoramentos.
ANA e LENA PINHO
In “Correio da Serra”, 1 de Fevereiro de 1973 Do espólio de Fernando Costa

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