06 janeiro 2009

Vale do Ceira – Aqui Colmeal

Um poema O rio Ceira nasce na Serra do Açor e, entre serranias, as suas águas «correm de mansinho» – como dizia a canção – por diversos concelhos e freguesias. O rio Ceira é uma atracção para os veraneantes e tem sido, igualmente, fonte de inspiração para jornalistas, artistas e poetas… Da autoria do nosso conterrâneo José Fernandes Almeida, segue-se poema intitulado «RIO CEIRA»: Sua capela gelada Nasce nas escarpas heróicas Da Estrela de Viriato, Faz-se à vida e vai abrindo Sulcos de profunda dor Nos sopés das altanias, Vai regando e vai sorrindo… Serpenteando, beija os pés De Cepos e de Fajão Enlaça a Ribeira de Ádela Banha, doce, o Colmeal E, sobre um trilho arenoso De desgaste, de beleza, Corre para a sua princesa Para a linda vila de Góis… Corre corre o Rio Ceira Para os braços dos seus irmãos E com eles (unos) em Coimbra Beija as tricanas lavando, Canta o Fado dos doutores E segue mais pachorrento Rumo à cidade Figueira Rumo ao seu Atlântico Rumo aos Descobrimentos!... Ai Ceira do meu Mondego, No teu percurso peregrino Quantas ribeiras abraçaste Quantas lágrimas bebeste Do rosto das lavadeiras Da fronte das enxadas. Eu sei que viste, meu Ceira Quando lento ias passando, Lavradores em penhascos Nas falésias tecedeiras Fusos feitos nas encostas Lagares moendo sem água Vinho pouco nas ladeiras… Eu sei que viste, meu Ceira Mulheres e homens crispados No brejo da interioridade, Viste peitos radiantes De Viriatos e Infantes Chamados de Lusitanos!... Obrigado “Zé” Fernandes e continua a tua epopeia poética. 28 de Julho de 1999 FERNANDO COSTA In “O Varzeense”, de Agosto de 1999

3 comentários:

Anónimo disse...

Que poema magnífico!
Não imajinava que haviam almas que cantassem o rio ceira de forma tão sublime.
obrigados por nos mostrarem o que de tão bom existe sobre as nossas terras e gentes.

Anónimo disse...

Parabéns ao autor pelo poema que nos oferece. Não o conhecemos, mas como homem da serra, deverá ser pessoa simples e boa.
Um exemplo a ser apontado e a ser seguido.
Parabéns a vocês por se terem lembrado de colocar no blogue o que de mais genuíno temos nas nossas gentes.

Anónimo disse...

Poetas sempre os teve o povo.
Quem não conhece António Aleixo?
E tantos há que vivem escondidos na sua simplicidade ou que não têm ninguém que os divulgue.
Bem hajam vocês do Colmeal e da União, que se lembram destas pessoas.