23 dezembro 2008

Freguesia do Colmeal – as nossas colectividades

.
União e Progresso do Carvalhal
De acordo com memórias do passado, cerca de 1935 terá sido constituída uma comissão de melhoramentos, com a mesma denominação da actual, que não chegou a ser legalizada e teria duração efémera. Foram seus fundadores, entre outros, João Gonçalves Patrício, Manuel de Almeida Santos, António de Almeida e Manuel Martins do Rego, sendo este último o presidente da Direcção. A essa primitiva colectividade se deve as minas das Carvalhas, que ainda hoje abastecem a povoação. Mais tarde, seria formada a actual Comissão. De acordo com uma entrevista dada por Manuel Martins Barata em Janeiro de 1966, ao Boletim Paroquial “O Colmeal”, que aqui já recordámos e em parte reproduzimos, “A ideia de um nova colectividade já vem de longe, mas este movimento só tomou vulto quando da nossa festa pelo S. João. A rapaziada, em alegre convívio, deliberou levar essa ideia avante, dando disso conhecimento verbal a todos os nossos conterrâneos de forma a conseguir-se o desejado e imprescindível apoio.” Só quatro depois, em 20 de Janeiro de 1970, foram aprovados os Estatutos, tendo sido seus fundadores Acácio Fernandes de Almeida, Álvaro Alves de Almeida, António Fernandes de Almeida, António Lopes, Fernando Almeida, João Martins, José Joaquim Almeida Santos, Manuel Almeida Lopes, Manuel Fernandes de Almeida e Manuel Martins Barata. Este último foi o seu principal impulsionador, que, com grande dinamismo e perseverança, estaria na concretização da maior parte dos melhoramentos. Presidiu à Direcção desde o início até 1998, ao longo de 28 anos, tendo-lhe sucedido o actual presidente. Das obras realizadas, são de destacar o beneficiamento da fonte que antigamente abastecia a povoação; os arruamentos, tendo a Comissão suportado o projecto e contribuído para o seu financiamento; a electrificação, igualmente mandando executar o respectivo projecto e pressionando para a concretização da obra, que seria inaugurada no dia 4 de Agosto de 1979; o cemitério, para servir sobretudo as aldeias de Carvalhal e Aldeia Velha, inaugurado em 31 de Outubro de 1982; projecto e financiamento da rede de águas, construída pela Câmara Municipal de Góis. Também a rua “Volta da Procissão”, para a qual a população cederia alguns terrenos, tendo a União comparticipado com mão-de-obra e a Câmara Municipal fornecido materiais e, mais tarde, feito o alcatroamento. No início da década de 80, seria nomeada uma Comissão Angariadora de Fundos, que, pelo trabalho desenvolvido, muito viria ajudar a colectividade na resolução dos seus problemas financeiros. Na toponímia local são homenageados algumas das suas figuras: Rua Manuel de Almeida Santos, sócio número um e vice-presidente da Assembleia-Geral; Rua Acácio Fernandes de Almeida, sócio fundador e primeiro vogal; Largo Manuel Vicente, primeiro secretário da Delegação local e Rua Manuel da Silva Moreira, secretário da Direcção. Nas esperanças do presente, existe a preocupação com a capela que necessita de grandes obras. Foi constituída, para o efeito, uma comissão de trabalho. Ainda se chegou a adquirir um terreno destinado a um templo novo, mas veio a optar-se pelo restauro do actual. A festa de São João, em tempos a melhor festa religiosa da freguesia, ainda hoje continua a atrair os seus emigrantes e forasteiros. Outra preocupação da direcção é o convívio. Residentes permanentes são apenas 26, mas a colónia lisboeta é grande e ligada à sua terra. No Verão junta-se muita gente, trazendo animação à povoação, sentindo-se no entanto a falta de algumas estruturas de apoio, que não tem sido fácil implantar. A registar o facto de os jovens terem criado a sua própria associação, independente da colectividade, o que terá provavelmente contribuído para alguma dispersão de esforços. Com os seus 180 sócios, a população aguarda com esperança o início de uma nova fase de actividade da União, para que Carvalhal, aldeia com grandes possibilidades turísticas, possa ressurgir e poder proporcionar melhores condições de bem-estar. Adaptado de “memórias e esperanças”, de João Nogueira Ramos, Edição da C.do Concelho de Góis, 2004

1 comentário:

Anónimo disse...

Tenho vindo a apreciar o vosso trabalho na divulgação da hitória das colectividades da freguesia do Colmeal.
É impressionante o que os vossos dirigentes e naturalmente os vossos associados, têm feito em prol das terras onde nasceram.
Um exemplo que poderia e deveria ser seguido por esse país fora.